MARTINHO LUTERO –MUSICO COMPOSITOR
Martinho Lutero e a
Reforma da Igreja no Século XVI
Lutero – em seus primeiros anos
Martinho Lutero nasceu a 10 de novembro de 1483 numa pequena
cidade da Alemanha, em Eisleben. Seus pais, João e Margarida, eram pobres. João
era mineiro e lenhador - porém não iletrado, de modo que poderá dar ao filho
boa orientação educacional. Visando a melhorar a vida econômica, os pais de
Lutero fixaram residência, em 1484, em Mansfeld, onde Martinho iniciou seus
estudos. Terminando o curso da escola daquela localidade, então com 14 anos,
deixou a casa paterna e ingressou na escola superior de Magdeburgo. Depois de
um ano ali, teve que retornar acometido de grave enfermidade, indo por esta
razão, no ano seguinte, estudar em Eisenach onde cursou o colégio por três
anos. Em 1501 ingressava na Universidade de Erfurt, cidade conhecida como
"Roma Alemã" por causa do grande número de igrejas e mosteiros.
Obteve ali os graus de Bacharel (1502) e Mestre em Arte (1505). No mesmo ano
ingressou no curso de Direito. Este, porém, foi repentinamente interrompido,
pois em 02 de julho de 1505, regressando para a casa dos pais, teve sua vida
seriamente ameaçada por uma tempestade que, por pouco, não lhe tirou a vida. O
meio desta trágica experiência fez um voto a Sant'ana prometendo que, se
sobrevivesse àquela tempestade, ingressaria no mosteiro para tornar-se monge. Cumprindo
a promessa, no dia 17 de julho de 1505 ingressou no mosteiro da Ordem dos
Agostinhos.
Sacerdote
Em fevereiro de 1507 Lutero foi ordenado sacerdote. Vivia, no
entanto, em completo desespero, buscando, dias e noites a fio, em tremendos
tormentos espirituais, resposta à pergunta: "De que maneira conseguirei um
Deus misericordioso?" Lutero reconheceu muito cedo que jamais seria
possível obter certeza de sua salvação mediante boas obras, pela
impossibilidade de saber se eram suficientes, ainda mais em se tratando de uma
alma de consciência extremamente sensível.
Lutero Professor
Por indicação do vigário da ordem, João de Staupitz, que
reconhecia em Lutero uma erudição e inteligência incomuns, foi designado
professor na Universidade de Wittenberg, fundada em 1502 por Frederico, o
Sábio, duque da Saxônia e presidente dos sete eleitores civis que, juntamente
com sete autoridades religiosas, elegiam o imperador do Sacro Império -Romano
da Nação Alemã. Ocupou ali a cadeira de Teologia. Continuou também seus estudos,
instruindo-se principalmente nas línguas gregas e hebraica. Em 09 de março de
1509 obteve o grau de Bacharel em Bíblia.
Viagem a Roma
Em 1511, então com 28 anos, Lutero foi enviado em missão
diplomática a Roma, para solucionar uma divergência entre sete conventos de sua
Ordem e o vigário geral. A corrupção, a imoralidade, as zombarias, o
desrespeito do clero e da cúpula da igreja para com as coisas sagradas marcaram
nele uma profunda decepção. Embora profundamente entristecido, as esmagadoras
desilusões sofridas não o levaram a abandonar a sua igreja.
Doutor em Teologia
Em outubro de 1512, recebia, das mãos do decano da faculdade
de Teologia, o grau de Doutor em Teologia. Assumiu, a cadeira de Leitura da
Bíblia, lecionando à base das línguas originais, o hebraico do Antigo
Testamento e o grego do Novo Testamento.
Lutero como Preletor
As preleções de Lutero eram tão concorridas que estudantes de
todas as partes e até de países vizinhos se reuniam para ouvi-lo. Os
professores assistentes também aumentavam. O reitor da Universidade chegou a
declarar, como que em antevisão: "Este frade derrotará todos os doutores;
introduzirá uma nova doutrina e reformará toda a igreja; pois ele se fundamenta
na palavra de Cristo, e ninguém no mundo pode combater nem destruir esta
Palavra..." (Melchior, Adam. Vita Lutheri, p. 104). Ocupando o púlpito, a
capela logo não comportava tantos ouvintes. Por isso, o senado o convidou então
a ocupar a igreja paroquial da cidade.
Justificação pela fé
O texto bíblico que lhe trouxe a luz da verdade e a paz de
consciência foi a célebre passagem da Epístola aos Romanos (1.17), em que o
apóstolo Paulo cita o profeta Habacuque 2.10: "0 justo viverá por
fé". Lutero viu que o apóstolo fazia do sacrifício de Cristo o centro do
Evangelho; que os pecados, as angústias e os sofrimentos de toda a humanidade
haviam sido colocados sobre os ombros de Cristo na cruz; que lá Cristo havia
feito o que ao pecador teria sido impossível fazer com suas penitências e
méritos pessoais. Outros textos bíblicos nos quais Lutero fundamentou esta
verdade: Romanos 3.21-24; Efésios 2.8,9.
As 95 Teses
Em 1517, Lutero quis provocar um debate público sobre a venda
de indulgências (documento assinado pelo Papa que podia ser comprado em troca
da "garantia" do perdão dos pecados) promovidas pelo Papa Leão X e o
arcebispo Alberto de Mogúncia através da Ordem dos Dominicanos. Quando pregou à
porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, o
pergaminho com as 95 teses em latim para serem debatidas entre os acadêmicos,
conforme o costume da época, Lutero não desejava causar divisão na igreja. Sua
intenção como padre e professor universitário era reformar a igreja, pois via
como os cristãos estavam desorientados diante dos muitos escândalos
descaradamente apregoados em nome da Igreja: a venda do perdão de Deus, como se
fosse mercadoria, por meio de cartas de indulgência, cujo lucro se destinava ao
término da basílica de São Pedro e à cruzada contra os turcos (árabes). O
principal pregador das indulgências era o dominicano Tetzel.
Algumas das teses apresentadas por Lutero foram dirigidas
diretamente contra esta prática. Por exemplo: "Dizendo nosso Senhor e
Mestre Jesus Cristo: 'Arrependei-vos'... etc pretendia falar da vida interior
do cristão que deveria ser um contínuo e ininterrupto arrependimento"
(Tese I). "Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que
a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório" (Tese 27).
"Todo cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente
pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe
pertence mesmo sem carta de indulgência" (Tese 36).
As proposições sobre as indulgências eram completadas por
outras, que continham o que viria a ser fundamental na doutrina luterana: -
Ninguém se salva senão pela graça de Deus através da fé em Cristo. O efeito
dessas teses foi tão inesperado, que elas não ficaram entre os letrados;
traduzidas para o alemão, em poucas semanas se espalharam por toda a Alemanha e
outras partes da Europa.
Reação de Roma
Em 1518, Roma tratou de liquidar o caso do monge de
Wittenberg. Lutero foi chamado para responder processo em Roma, dentro de
sessenta dias. Mas, por interferência de Frederico, o Sábio, Príncipe da
Saxônia, o Papa consentiu que a questão fosse tratada em Augsburgo, pelo
Cardeal Cajetano. Este exigia simplesmente que Lutero se retratasse, o que
este, naturalmente, não fez. Lutero tinha nessa época o apoio da Ordem dos
Agostinhos e do corpo docente da Universidade de Wittenberg. Cajetano
declararia depois dos três encontros com Lutero: "Ele tem olhos que
brilham e argumentos que desconcertam".
O Papa temia suscitar oposição cerrada entre os príncipes
alemães. Valeu-se, para que isso não acontecesse da diplomacia. Condecorou o
protetor de Lutero, Frederico, o Sábio, com a "Ordem da Rosa Áurea da
Virtude" para afastá-lo de Lutero, e enviou o conselheiro Karl von
Miltitz. Este conseguiu, com brandura, que Lutero escrevesse uma carta ao papa,
declarando sua fiel submissão. Porém, Lutero reafirmou sua doutrina da
justificação pela fé somente, sem os méritos de obras. Expôs e defendeu esta
sua posição num debate com o Dr. João Eck em Leipzig. Mas o que precipitou o
rumo das coisas foi a sua declaração de que nem todas as doutrinas de João Hus
(queimado como herege em Constança, em 1415) eram falsas, e que os concílios
são passíveis de erros em suas decisões. Isto o colocou à margem da igreja
papal, que se fundamentava sobre a infalibilidade do papa e dos concílios.
Escritos de Lutero
Em 1520 escreveu três livros fundamentais mostrando o
antagonismo do sistema de salvação papal e o ensino bíblico: "À Sua
Majestade Imperial e à Nobreza Cristã sobre a Renovação da Vida Cristã" -
"Sobre a Escravidão Babilônica da Igreja" e "Da Liberdade
Cristã". Alguns de seus pensamentos-chave aí registrados são: "0
cristão é um livre senhor sobre todas as coisas e não submisso a ninguém - pela
fé"; "o cristão é servidor de todas as coisas e submisso a todos -
pelo amor". "Não fazem as boas obras um bom cristão, mas um bom
cristão faz boas obras", motivado pela fé. Pois, "sem fé é impossível
agradar a Deus"- Hebreus 11.6. Lutero publicou cerca de 400 obras durante
a sua vida, incluindo comentários bíblicos, catecismos, sermões e tratados.
Também escreveu hinos para a Igreja. Parte de suas obras está publicada em
diversas línguas modernas. Em português está em andamento um projeto de 14
volumes, que terão os seus principais escritos.
Excomunhão
A resposta do Papa foi a bula de excomunhão Exsurge Domine.
Lutero tinha ainda 60 dias para retratar-se de tudo o que havia escrito e ensinado.
Em 03 de janeiro de 1521 esgotou-se o prazo dado na bula, sendo então proferido
a sentença definitiva, pela bula Decet Romanum Pontificem. Contudo, mais uma
vez, num desafio ao papado, Lutero queimou em praça pública o documento que
sacramentava a sua excomunhão.
A Dieta (debate) de Worms
Em 1521 reunia-se a primeira Dieta ou Assembléia do império,
presidida pelo jovem imperador Carlos V. Carlos V havia sido eleito em 1520, em
sucessão a Maximiliano, para dirigir o reino "em que o sol não se
punha". Lutero, intimado, compareceu diante da assembléia em 17 e I8 de
abril de 1521. Perguntado se renunciava ao que tinha escrito, respondeu:
"Não posso, nem quero retratar-me. A menos que seja convencido do erro por
meio da palavra bíblica ou por outros argumentos claros. Aqui estou; não posso
de outra maneira! Que Deus me ajude. Amém".
Tradução do Novo Testamento
Proscrito pelo imperador foi posto em segurança pelo duque
Frederico, através de um seqüestro simulado de cavaleiros embuçados, durante
sua viagem de retomo, e escondido no Castelo de Wartburgo, nas proximidades de
Eisenach. Sua principal realização nesse período foi a tradução do Novo
Testamento grego para um alemão fluente de grande aceitação popular. Os
primeiros 5 mil exemplares esgotaram-se em 3 meses. Em cerca de dez anos houve
58 edições. Em 1522, com risco de vida, reassumiu as funções de professor em
Wittenberg. Juntamente com Felipe Melanchthon (educador da Alemanha), seu
grande amigo e colaborador, instruiu centenas de estudantes alemães, boêmios,
poloneses, finlandeses, escandinavos.
Guerra dos Camponeses
Marcou o ano de 1525 a Guerra dos Camponeses - uma revolução
armada em que os camponeses, sob federação, reivindicaram mais liberdade aos
latifundiários. Em seus objetivos políticos sociais idealizaram Martinho Lutero
como chefe. Confundiram reivindicações políticas com aspirações religiosas.
Lutero, embora compreendendo suas necessidades, viu-se forçado a distanciar-se
do movimento porque não era política a missão dele. No entanto, a carnificina,
com batalha final em Frankenhausen, trouxe prejuízos ao movimento da Reforma.
Mas, a despeito de todos os abusos praticados em seu nome, a Reforma se
expandia. Lutero procurava consolidar as igrejas e escolas que haviam aderido à
Reforma em território alemão e países vizinhos. Neste mesmo ano I525 casou-se
com uma ex-freira, Catarina de Bora, de cujo casamento lhes nasceram 6 filhos.
Culto e Liturgia
De 1527 a 1529 esteve empenhado na organização da Igreja
Evangélica. Compositor e poeta, compôs trinta e sete hinos. Cabe-lhe a
celebridade de popularizar o canto eclesiástico. Era também conhecido como o
"Rouxinol de Wittenberg". Traduziu a ordem da missa para o alemão -
Deutsche Messe 1526 - a partir do que os cultos passaram a ser celebrados na
língua do povo, e não no latim que só os acadêmicos entendiam.
Os dois Catecismos
Em 1529 redigiu dois manuais de instrução, até hoje em uso
nas igrejas luteranas: "Catecismo Menor" e "Catecismo
Maior". Os dois volumes apresentam, em seis partes, um sumário da doutrina
cristã. O primeiro é escrito, especialmente, para as crianças; o segundo, para
os pais. Escrevendo sobre a necessidade de manuais para a instrução do povo, o
Reformador afirma: "A lamentável e mísera necessidade experimentada
recentemente, quando também fui visitador, é que me obrigou e impulsionou a preparar
este Catecismo ou doutrina cristã nesta forma breve, simples e singela. Meu
Deus, quanta miséria não vi! O homem comum simplesmente não sabe nada da
doutrina cristã, especialmente nas aldeias". Numa outra oportunidade
afirma: "Eu também sou doutor e pregador, e, na verdade, tenho de
continuar diariamente a ler e a estudar, e ainda assim não me saio como
gostaria, e devo permanecer criança e aluno do Catecismo".
Confissão de Augsburgo
É a primeira e mais notável das confissões evangélicas - foi
lido em público à assembléia imperial, em nome de príncipes e cidades
partidárias da Reforma, a 25 de junho de 1530. Era composto o documento de duas
partes: uma dogmática, outra, apologética. Argumentavam na Confissão que,
quanto à doutrina, continuavam fiéis ao que a igreja vinha ensinando à base das
Escrituras Sagradas, conforme os Credos Apostólico e Niceno; com respeito ao
culto, mantinham os ritos antigos que em acordo com o evangelho, cancelando
apenas aqueles costumes, ritos e cerimônias que obscureciam a glória de Jesus
Cristo como o único Mediador entre Deus e Os homens. Reivindicaram, por
conseguinte, o direito de conviver em Paz com o papa e os bispos no seio da
igreja do império. O imperador, ouvida a Confissão, determinou que os teólogos
de Roma elaborassem a Confutação Católica à confissão de Augsburgo. A 03 de
agosto fez-se a leitura desta. Não terminava ainda a apresentação de confissões
religiosas, e Lutero e Melanchthon responderam à Confutação com a Apologia da
Confissão de Augsburgo, de alto valor teológico, mas da qual a Dieta não quis
tomar conhecimento.
Tradução do Antigo Testamento
Não houve, assim, apesar dos esforços, uma maneira de
restabelecer a unidade na igreja e no império. Em 1534 Lutero terminava uma
tarefa em que havia trabalhado mais de 10 anos: a tradução do Antigo Testamento
para o alemão. No mesmo ano pode-se publicar, então, a Bíblia completa. Em 1536
Lutero redigiu por solicitação do duque João da Saxônia, artigos para serem
apresentados num "Concilio geral livre" convocado pelo Papa. Os
Artigos de Esmalcalde, porém, não chegaram a ser apresentados. Os líderes
evangélicos concluíram que o concilio não seria livre e se negaram a participar
do Concílio de Trento (l545 - 1563), que desencadeou a contra-reforma no
pontificado de Paulo III.
Paz de Augsburgo
A Paz de Augsburgo, em 1555, atendeu de certa forma, aos
reclamos dos evangélicos. Substituiu a tolerância religiosa nestes termos: os
príncipes e cidadãos do império respeitariam a filiação religiosa de cada um, e
o povo teria a opção de adotar a confissão religiosa do respectivo domínio ou
de migrar para território que tivesse a confissão desejada.
Morte de Lutero
Martinho Lutero faleceu aos 62 anos de idade, em 18 de
fevereiro de 1546, em sua cidade natal, Eisleben, depois de solucionar um
litígio entre os condes de Mansfeld. Com grande cortejo fúnebre e ao som de
todos os sinos, Lutero foi sepultado sob as lajes da igreja do Castelo de
Wittenberg, onde sempre pregava o evangelho.
Luteranismo ontem e hoje
A doutrina, o culto e a piedade preconizados por Lutero se
enraizaram na Alemanha, nos países bálticos, nos países escandinavos e na
Finlândia. Através de outros reformadores, foram acolhidas na França,
Inglaterra, Escócia e Países Baixos. Em todos estes países, a Reforma ocasionou
extraordinário desenvolvimento cultural, notadamente na educação, ciência,
economia e política. Pela emigração, os "Luteranos" se espalharam por
todos os continentes. Hoje, identificam-se como cristãos luteranos, cerca de 70
milhões de pessoas no mundo. Frade, sacerdote, professor, doutor em Teologia,
pregador considerado o primeiro de seu tempo, escritor vigoroso e de grande
riqueza lexicografia, organizador da língua alemã, poeta e músico, Lutero
abalou o mundo de seus dias e sobre ele se tem pronunciado o juízo dos séculos.
Pronunciamentos sobre Lutero
O historiador Schaff diz que "este foi o maior homem que
a Alemanha produziu e um dos maiores vultos da história". Goethe dá o seu
testemunho nestes termos: 'Dificilmente compreendemos o que devemos a Lutero e
à Reforma em geral. Ficamos livres dos grilhões da estreiteza espiritual (... )
compreendemos o cristianismo em sua pureza"... Heinrich -Heine, o poeta
excelso, exclama: "Honra a Lutero, a quem devemos a reconquista dos nossos
direitos mais sagrados, e de cujos benefícios vivemos hoje em dia. Através de
Lutero adquirimos a liberdade religiosa. Criou a palavra para o pensamento.
Criou a língua alemã, através da tradução da Bíblia": Dollinger,
historiador católico liberal, diz: "Lutero deu aos alemães o que nenhum
outro jamais dera a seu povo: a língua, a Bíblia, a hinologia..." É
reconhecido como "pai da alfabetização". Dirigiu-se aos pais através
de profusas publicações, encarecendo-lhe a escola e a educação dos filhos como
necessidade inadiável, para a pátria e a igreja verem melhores dias. Um
escritor moderno declarou: "A Lutero deve a Alemanha seu esplêndido
sistema educacional - em suas origens e concepções. Porque ele foi o primeiro a
reclamar uma educação universal, uma educação do povo todo, sem consideração de
classe".
Identidade Luterana
O nome "luterano" é uma expressão de honra a
Lutero. Contudo, Lutero recomendou a seus seguidores: "Não se chamem
luteranos, mas cristãos. A doutrina não é minha; eu não fui crucificado por
ninguém... Por que deveria eu, um pobre mortal, dar meu nome insignificante aos
filhos de Deus?". Assim, Lutero colocava o nome de Cristo acima do seu e
de todos os cristãos, humildemente reverenciando o seu Salvador.
Martinho Lutero, além de ser o fundador das Igrejas
Luteranas, deu a elas a missão de investirem na educação. Cada igreja luterana
espalhada pelo mundo, possui ou planeja construir uma Escola para a comunidade.
Martinho Lutero sempre teve uma grande preocupação com a educação e transmitiu
essa preocupação e cuidado para as igrejas luteranas. A preocupação com a
educação na comunidade é, portanto, o principal motivo do nascimento do Colégio
Luterano São Paulo.
Em 1º de julho de 1900, foi fundada a primeira congregação
luterana no município de São Pedro, RS. Desde então, o trabalho da Igreja
Luterana no Brasil, com atividades paroquiais e também escolares, começou a
expandir-se para outros estados brasileiros, entre os quais São Paulo. Em 11 de
julho de 1932 foi fundada a Congregação Evangélica Luterana Redentor,
Mantenedora do Colégio Luterano que foi fundado um ano depois, em 12 de maio de
1933.
(Fonte: Mensageiro Luterano, Novembro de 1983. Concórdia
Editora).
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