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JHON
WESLEY(1703-1791),MUSICO METODISTA DA INGLATERRA.
O JOVEM QUE TRANSFORMOU UMA NA
NAÇÃO COM A GRAÇA DE DEUS.
John Wesley nasceu em 1703 e sua infância foi fortemente
influenciada por sua mãe, uma mulher rígida e piedosa. Seu pai era um homem
difícil de se agradar. Sua mãe acreditava que os desejos das crianças deviam
ser subjugados e que eles deveriam ser disciplinados quando não se
comportassem. John era o décimo quarto filho. Ele teria morrido em um incêndio
em Epworth Rectory se não tivesse sido arrancado das chamas por um vizinho. Na
época tinha sete anos e depois disso sua mãe o lembrou várias vezes que ele era
“um tição colhido do fogo”. Mais tarde ele teve a certeza de que tinha sido
poupado por um propósito, servir a Deus. Samuel, o pai de John, era um erudito,
que por muitos anos trabalhou em uma obra monumental sobre o livro de Jó.
Um pregador severo, para não dizer implacável, uma vez exigiu
que uma adúltera andasse nas ruas em sua vergonha. Ele também forçou o
casamento de uma de suas filhas depois que ela tentou fugir com um homem que
não era o escolhido de seu pai. Com seu pai e sua mãe, John Wesley desenvolveu
excelentes hábitos de estudo e também se acostumou com o sofrimento físico.
John Wesley foi para Charterhouse School em 1714, para Christ Church College,
em 1720, e em 1726 foi eleito membro na Lincoln College em Oxford. Depois de
ser pastor auxiliar em Wroote, Lincolnshire, de 1727 a 1729, ele voltou à
Oxford não apenas para continuar seus estudos, mas também para começar a viver
uma vida mais devota e santa.
Muitos outros jovens brilhantes tinham um
curriculum como o de Wesley, mas poucos tinham a sua dedicação. Ele dominava
pelo menos sete idiomas e desenvolveu uma visão verdadeiramente abrangente em
todas as áreas da investigação. Quando ele voltou de Wroote para Oxford, ele
assumiu a liderança de um grupo chamado Holy Club (Clube Santo), iniciado por
seu irmão Charles. Lá era onde eles reforçavam a fé através do estudo das
Escrituras e buscavam a santidade na vida de cada membro.
O Clube Santo fazia muito mais do que refletir e orar. Eles iam
às prisões levar a palavra de salvação aos prisioneiros. Embora eles fossem
ridicularizados por seus companheiros de Oxford, de seu grupo de uma classe
social mais baixa saíram homens que se tornaram importantes para aquele tempo,
particularmente os irmãos Wesley, além de George Whitefield. O modo de vida de
John Wesley exigia jejuns periódicos, encontros regulares para estudo e
auto-avaliação pessoal. Somente muito tempo depois foi que ele percebeu que seu
grupo seguia mais a letra do que o espírito do cristianismo.
Em 1735 grandes mudanças atingiram John e Charles Wesley. O seu
pai morreu e ambos foram para a colônia da Georgia, nos Estados Unidos, com a
bênção e encorajamento de sua mãe. Lá foi uma prova para John, que entendeu que
realmente não gostava muito dos índios e sua rigidez não era muito apreciada
pelas pessoas da Georgia. Mas importante que isto, foi o contato de John na sua
viagem com um pequeno grupo de morávios. Estes homens e mulheres destemidamente
cantavam hinos durante terríveis tempestades no mar, ao mesmo tempo em que o
próprio Charles se desesperava. Isso o fez querer conhecer mais sobre a fé que
eles demonstravam ter. Em 1737 ele retornou à Inglaterra. Devemos apreciar a
humildade de John Wesley, pois ele podia ser crítico o bastante consigo mesmo
para parar suas atividades religiosas naquele momento e pensar que era um
ministro experiente demais para examinar sua falta de fé. Peter Boehler, um
morávio, deu-lhe a chave – pregar a fé até que ele a tivesse, e então ele
pregava a fé.
John Wesley lutou com sua
falta de fé até 24 de maio, uma quarta-feira, em 1738, no famoso encontro de
Aldersgate, foi quando ele teve uma conversão, uma profunda e inconfundível
experiência de fé. Seu “coração foi estranhamente aquecido”. Então seu
verdadeiro trabalho começou. Como tinha uma mente brilhante e aberta, John
Wesley ainda conseguia retirar os melhores recursos das melhores mentes do seu
tempo. William Law, por exemplo, foi seu professor, amigo e mentor por vários
anos; mas Wesley achou que um ingrediente importante estava faltando no
programa de Law para uma vida devota. Os discípulos de Platão conseguiram
comunicar a Wesley uma estrutura intelectual que era mais espiritual do que
material, mas os hábitos mentais de Wesley estavam moldados mais pelo modelo de
análise de Newton do que pelo platonismo.
Os morávios eram o mais
perto de uma síntese de todos os elementos que ele desejava e pôde encontrar.
Ele até mesmo visitou Herrnhut para saber como sua comunidade trabalhava. Mas
algo estava faltando lá, como em todo lugar, e em 1740, ele e seus seguidores
romperam com os morávios, mas não antes que ele tivesse aprendido a pregar
sermões ao ar livre, o que veio a ser mais tarde uma parte essencial de seu
ministério. John Wesley tinha 37 anos de idade quando começou a viajar e
pregar. Ele freqüentemente exagerava o número daqueles que vinham ouvi-lo.
Muitas vezes, as mesmas pessoas que precisaram de sua ajuda eram as mesmas que
mais o perseguiam. Ele pregava em púlpitos até que eles fossem fechados para
ele, e ele então pregava nos campos abertos. Ele pregava três vezes por dia,
começando às 5 da manhã, uma vez que os trabalhadores poderiam parar para
ouvi-lo enquanto andavam para o trabalho. Algumas vezes ele andava 60 milhas
(mais de 90 quilômetros) por dia a cavalo. As condições do tempo não
importavam; ele fazia seu programa e o cumpria, não importavam as dificuldades.
Ele fugia de uma multidão zangada pulando num lago gelado, nadava para fora
dele e continuava a pregar novamente.
E tinha uma certa habilidade de trazer as pessoas hostis para o
seu lado. Em 1741 foi para Gales do Sul, para o norte da Inglaterra em 1742,
Irlanda em 1747, e Escócia em 1751. No total, foi à Irlanda quarenta e duas
vezes e à Escócia vinte e duas vezes. Ele retornou à algumas cidades várias
vezes. Houve ocasiões em que ele retornava anos depois de sua última visita e
registrava que a pequena sociedade que ele ajudara ainda estava intacta e fiel.
Ele examinava cada membro de cada sociedade pessoalmente para buscar
crescimento espiritual e de fé. As sociedades então formadas proviam a
organização local para seu movimento.
O que Wesley pregava? Santidade,
honestidade, salvação, boas relações familiares, vários outros temas, mas acima
de tudo a fé em Cristo. Ele não pedia aos seus ouvintes para deixarem suas
igrejas, mas para continuarem indo nelas. Ele lhes deu o refrigério espiritual
que eles não achavam. Quando suas décadas de provação produziram décadas de
triunfo, as multidões aumentaram. Ricos e pobres vinham para ouvi-lo falar. Ele
desenvolveu redes de assistentes leigos. Suas exortações para viver
perfeitamente em amor hoje parecem duras, mas considere os efeitos em suas
congregações.
Os xingamentos nas fábricas pararam, os homens e as mulheres
começaram a se preocupar com vestimentas limpas e simples, extravagâncias como
chá caro e vícios como o gim foram deixados por seus seguidores, vizinhos deram
um ao outro ajuda mútua através das sociedades. Wesley ensinou tanto pelo
exemplo como pelos seus sermões. Ele publicou muitos de seus textos para serem
usados em devocionais e direcionou o lucro para projetos, como um local de
ajuda para os pobres. Sua vida pessoal estava além de reprovação. Ele traduziu
hinos, interpretou as Escrituras, escreveu centenas de cartas, discipulou
centenas de homens e mulheres e manteve em seus diários um registro da energia
investida, que dificilmente tem um rival na história ocidental.
Sua maneira de falar na linguagem do homem comum teve um impacto
imensurável no surgimento do inglês moderno, assim como os hinos de Charles
Wesley tiveram um grande impacto na música com suas muitas canções sem
mencionar a poesia da subseqüente era Romântica. Mas o impacto dos Wesleys nas
classes mais baixas foi além de afetar seus hábitos de vida e modo de falar.
John Wesley proveu uma estrutura religiosa que era local e pessoal, bem como
fortemente moral. Sua teologia não tirava a liberdade e o direito de ninguém,
pois qualquer um podia achar a graça de Deus para resistir ao diabo e ser
salvo, se tão somente buscasse e recebesse. As sociedades que ele formou
preservaram em seus estudos o foco na fé – uma fé que também levou a uma
maneira de lidar com a realidade da vida das classes mais pobres. A religião
não era só para os ricos, mas Wesley também não estava pregando uma revolta
contra o anglicanismo.
O anglicanismo de John Wesley era muito forte, embora os
púlpitos anglicanos tornassem-se totalmente fechados para ele. Só quando tinha
oitenta e um anos ele permitiu uma pequena divisão entre seus seguidores e a
igreja nacional. Tendo já enviado muitos homens à América, em 1784 ele ordenou
mais pessoas para este esforço missionário e, porque “ordenação é separação”,
efetivamente começou uma nova igreja.
O conservadorismo dele era tanto político
como religioso. Ele publicou uma carta aberta às colônias americanas, aconselhando-as
a permanecerem leais à Grã-Bretanha, logo antes da Revolução Americana. Ele não
tolerava nenhuma conversa sobre agitação civil na Inglaterra. Muito se tem
discutido acerca de que outras forças estavam trabalhando na Inglaterra além de
Wesley e uns outros poucos pregadores. Por exemplo, a Revolução Industrial que
estava vindo progrediu mais rápido na Inglaterra do que em qualquer outro
lugar, dando aos homens novos tipos de trabalho; a justiça do Sistema de Paz e
o sistema de governo com um Primeiro-Ministro eram únicos na sua forma e deram
muito mais poder do que era possível em qualquer outro lugar à classe média
local e os grandes problemas que poderiam de outra forma causar revolução,
simplesmente não estavam presentes na Inglaterra depois de 1750.
Ainda assim sem Wesley e seus seguidores como poderia o ateísmo,
tal como existia entre os camponeses franceses, ser evitado e como poderia uma
classe inferior oprimida e dominada pelos vícios, ter esperança? John Wesley
morreu em 2 de março de 1791, cerca de três anos depois que seu irmão Charles
morreu. Até seus últimos anos, ele colocou a mesma frase de abertura em seu
diário, como fazia a cada ano no seu aniversário, agradecendo a Deus por sua
longa vida e sua contínua boa saúde, afirmando que sermões pregados de manhã
logo cedo e muita atividade ao ar livre o mantiveram em forma para a obra de
Deus. Desde o momento em que ele tornou-se livre de influências, exceto a de
Deus, ele teve cinqüenta anos de serviço constante e fez um bem imensurável à
Inglaterra através da perseverança, resistência e fé. Seu legado não se limitou
ao seu século ou país, mas sobrevive até hoje na fé de milhões em várias
igrejas ao redor do mundo.
A seguinte frase foi
escrita em seu diário em 28 de junho de 1774: Sendo hoje meu aniversário, o
primeiro dia do septuagésimo segundo ano, eu estava pensando como posso ter a
mesma força que tinha trinta anos atrás? Que a minha visão esteja
consideravelmente melhor agora e meus nervos mais firmes do que eram antes? Que
eu não tenha nenhuma enfermidade da velhice, e não tenha mais aquelas que tive
na juventude? A grande causa é, o bom prazer de Deus, que faz o que lhe agrada.
Os meios principais são: meu constante levantar às quatro da madrugada, por
cerca de cinqüenta anos; o fato de geralmente pregar às cinco da manhã, um dos
exercícios mais saudáveis do mundo; o fato de que nunca viajo menos, por mar ou
terra, do que 4500 milhas (mais de 6.750 km) por ano.
FONTE juventudemetodista.com.br
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