CARLOS WESLEY(1707-1788) MUSICO COMPOSITOR METODISTA-INGLATERRA.
Paul E. Buyers
(OBS: Esse texto
corresponde ao capítulo II do livro "Os fundadores do Metodismo",
escrito e publicado em 1929 pela Imprensa Metodista).
Se João Wesley foi
organizador do Metodismo, Carlos Wesley, seu irmão mais moço, foi o poeta e
cantor do mesmo movimento. João elaborou os vinte e cinco Artigos de Religião,
As Regras Gerais, e o seu Comentário do Novo Testamento e escreveu os cinqüenta
e dois sermões, dando assim o padrão das doutrinas do Metodismo; porém, foi o
Carlos Wesley que deu alma a essas doutrinas, nos hinos que escreveu. Enquanto
centenas de pessoas lêem o padrão de doutrinas, milhares cantam os hinos. É
difícil dizer qual dos dois tem influído mais sobre a vida religiosa do povo.
Estes dois irmãos eram toa essenciais a este movimento como os dois lados são
essenciais à mesma medalha.
I - NASCIMENTO DE CARLOS
WESLEY
Quando nasce uma criança,
o mundo tem uma nova oportunidade, como disse alguém. Não podemos calcular o
valor encerrado na vida de uma criancinha. A milícia celestial cantou louvores
na ocasião do nascimento do bebê de Belém. Quando o menino Carlos nasceu na
casa pastoral, em Epworth, Inglaterra, quem poderia imaginar que milhões de
pessoas, através dos séculos, viriam a cantar hinos de louvor escritos por ele?
1. Os pais
O menino Carlos Wesley
não tinha motivos para se envergonhar de seus pais, pois eram pessoas que
representavam o que havia de melhor na vida social e religiosa da Inglaterra.
Seu pai, Rev. Samuel
Wesley, era vigário na Igreja Anglicana e bem educado, tendo feito seus estudos
na Universidade de Oxford. Era literato e poeta. Seu comentário do Livro de Jó
foi a sua melhor obra. Mas foi preso uma vez por causa de dívidas, pois não
sabia administrar suas finanças.
Sua mãe, Suzana Wesley,
descendia de família distinta. Era uma senhora excepcional. Em pequena revelara
vigor mental. Não preferia gastar mais tempo em diversões do que em devoções
religiosas. Seu pai, Sr. Samuel Annesley, era não-conformista; porém ela,
depois de estudar a questão de si mesma, resolveu, aos treze anos de idade,
identificar-se com a Igreja Anglicana. Era bonita, mas o que mais a distinguia
eram a força de seu caráter, o seu bom senso, sua inteligência e sua dedicação
a seu marido, à família e aos vizinhos. O Dr. Adam Clarke, referindo-se a ela,
disse: "Conheço muitas senhoras piedosas, tenho lido a respeito de outras;
mas nunca vi ou li qualquer coisa acerca de outras que reunissem todas as
qualidades que ela possuía".
O Dr. John Telford disse
também: "A sua paciência em tempo de aflição, o domínio sobre si mesma, a
educação de sua numerosa família, o seu juízo amadurecido e o seu trabalho
evangelizante, concorreram para torná-la merecedora do título de honra que em
muito poucas mulheres possuem".
2. Seu nascimento e a
influência que seus pais exerceram sobre ele.
Há alguma dúvida acerca
da data do nascimento de Carlos Wesley, porque o arquivo em que se achava
registrada a data de seu nascimento foi consumido pelo fogo por ocasião do
incêndio na casa pastoral. Porém dá-se como sendo a data mais provável o dia 18
de Dezembro de 1707. Nesse dia o lar do pastor de Epwoth foi surpreendido pelo
nascimento do décimo oitavo filho do casal, nascido fora de tempo. A criança
que parecia mais morta do que viva, não chorava nem abria os olhos. Foi
necessário enfaixá-la em lã até vencer o prazo que faltava para completar o
tempo em que devia ter nascido. Então começou a chorar e abrir os olhos. Foi
assim que ele teve o seu advento ao mundo. Tinha em casa muitas irmãs e irmãos
para o receberem, porém, melhor do que tudo, contava com os braços de uma
carinhosa mãe para o amparar.
Nasceu na época mais
trabalhosa em toda a história do seu lar, pois logo depois de seu nascimento a
casa pastoral incendiou-se e não foi possível reconstruí-la e mobiliá-la como
era anteriormente. Ele, pois, aprendeu a passar com pouco; mas o que lhe
faltara em confortos materiais foi compensado pela instrução de uma mãe piedosa
e carinhosa. Sua mãe, desde o princípio da vida, começou a ensiná-lo, bem como
a seus demais irmãos e irmãs, a terem horas certas para comer e dormir.
Impunha-lhes o dever de serem bondosos para com as criadas e uns para com
outros, e, acima de tudo o de obedecer. Muito cedo foram instruídos nas coisas
religiosas e cada um por sua vez tinha de pedir a bênção nas refeições. Mesmo
antes de poderem andar aprenderam a distinguir o domingo dos demais dias da
semana.
Sua vida escolar, quando
tinha cinco anos de idade, começou sob a direção de sua mãe. Teve que aprender
o alfabeto durante o primeiro dia de aulas. Estas começavam e fechavam-se com o
cântico de um salmo. Os alunos eram estimulados a confessar suas faltas sob a
promessa de que não seriam castigados. Desta maneira a mãe conseguiu remover
muitas tentações de mentir, reconhecendo ela sempre qualquer sinal da parte dos
filhos para lhe agradar. Foi sob essas condições que Carlos passou os primeiros
três ou quatro anos de sua vida escolar. Nesse período, não somente aprendeu
alguma coisa dos livros, mas, o que era ainda de maior importância, aprendeu a
dominar-se, a refrear-se a si mesmo, a respeitar os outros e a obedecer a seus
superiores.
II - SUA EDUCAÇÃO
Seu irmão mais velho,
Samuel Wesley, que havia casado e morava em Londres, onde ocupava um cargo na
Escola de Westminster, queria ajudar a seus pais na educação de seu irmão mais
moço, Carlos Wesley. Com este fim levou Carlos para sua casa e o colocou na Escola
de Westminster, uma das melhores escolas deste tipo na Inglaterra. Ali Samuel
havia também estudado quando pequeno. Seu pai tinha razão quando dizia haver
dado aos seus três filhos a melhor educação que se podia obter na Inglaterra,
pois os mandara para as melhores escolas existentes naquela época.
O menino Carlos, com nove
anos, matriculou-se, em 1776, na Escola de Westminster e morava com seu irmão
Samuel. Cinco anos passou estudando em Londres. Foi bom aluno e ganhou um
prêmio oferecido pelo rei, isto é, o direito de continuar os seus estudos com
todas as suas despesas pagas na Universidade de Oxford. Além disso, foi eleito
capitão dos graduandos no quarto ano de seus estudos. Mas, visto só ter treze
anos de idade quando eleito, e ter direito a cinco anos de estudos na
Universidade em vez de quatro, ele aproveitou os cinco anos e no quinto ano
chegou ao lugar de chefe de sua turma, uma honra muito cobiçada pelos alunos
naquela época.
Além das honras obtidas
por seus estudos, não deixou de ganhar também algum louvor pelas lutas
pugilísticas em que se empenhou com seus colegas. Era corajoso e não poucos
foram os combates que teve durante a mocidade. No segundo ano de sua estadia na
Escola de Westminster fez-se defensor de um aluno, Guilherme Murray, um
escocês, que se tornou alvo dos motejos dos demais rapazes por causa do seu
modo de falar, e por sua causa, muitas brigas Carlos Wesley teve que sustentar.
Ganhou, porém, a amizade deste rapaz, amizade que se estendeu até o fim da
vida. Muitos anos depois, Guilherme Murray veio a ser Juiz do Supremo Tribunal
da Inglaterra e Conde de Mansfield e não se esqueceu do seu amigo Carlos
Wesley. Muitas vezes, às tardes, visitava a família de Carlos Wesley, então
pregador metodista em Londres.
Durante seus estudos na
escola de Westminster, um homem rico, chamado Garret Wesley, cavalheiro
irlandês, escreveu ao Rev. Samuel Wesley pedindo informações a respeito de seu
filho Carlos, pois queria adotá-lo como seu herdeiro se viesse a morar com ele
na Irlanda.
O Rev. Samuel Wesley
deixou seu filho Carlos decidir a questão. Garret Wesley foi a Londres para ver
a Carlos e conversar com ele sobre o assunto; Carlos, porém, não quis aceitar a
proposta. O homem gostou tanto dele que não deixou de o ajudar em suas despesas
na escola. Dois anos antes de Carlos completar seus estudos, Garret morreu
deixando grande fortuna, que poderia ser de Carlos, se este houvesse aceitado a
proposta. Mas, perguntamos, se o Sr. Carlos Wesley tivesse aceitado esta
proposta, teria ele feito o que fez para o bem da humanidade?
Só Deus o sabe. João
Wesley, escrevendo sobre isso mais tarde, disse que a fortuna que Carlos perdeu
foi um bom prejuízo.
Em 1726, Carlos Wesley
foi promovido a aluno em "Christ Church", na Universidade de Oxford.
Nesta mesma Universidade seu irmão João, seu pai e seu avô tinham estudado.
Também, nesse mesmo ano, seu irmão João foi eleito instrutor, no "Lincoln
College", em Oxford. Assim tinham o privilégio de estar juntos, em Oxford,
como Carlos havia desfrutado a convivência de seu irmão mais velho em Londres.
Carlos Wesley tinha então
dezenove anos de idade; gozava saúde e era dotado de muita vivacidade. Porém
justamente nessa época se tornou mais indiferente para com as coisas
religiosas. Seu irmão João notara isso e procurava despertar a atenção de
Carlos para os seus deveres religiosos; porém, Carlos não apreciava muito o
interesse manifestado por seu irmão neste sentido. Ele apreciava sua liberdade
e gostava das diversões que a vida universitária lhe proporcionava. Realmente,
perdeu os primeiros doze meses em diversões. Seu irmão João, referindo-se a
esse fato diz: "Quando eu falava com ele sobre religião, respondia
contrariado: "Qual! Quer que eu fique santo de vez?" E não queria
ouvir mais.
Logo depois que Carlos
chegou a Oxford, seu irmão João teve de se retirar daquela cidade para ajudar
ao seu pai em Wroote. Ficando assim, sozinho, separado de seus irmãos,
descobriu que tinha que enfrentar os problemas de sua vida e resolvê-los por si
mesmo. Por essa forma mudou seu modo de encarar a vida. Ele diz: "A
situação levou-me a refletir seriamente. Comecei a assistir (participar) a
comunhão, semanalmente, e persuadi a mais dois rapazes, estudantes, a irem
estudar comigo o curso prescrito pelos estatutos da Universidade. Isso deu-me o
nome de "Metodista"."
Agora almejava o auxilio
de seu irmão que havia desprezado. Foi então que escreveu a João, pedindo
conselhos. Até aqui, desde a meninice, tinham estado separados um do outro, mas
de agora em diante, começaram aquela camaradagem que continuou até o fim da
vida. Em uma das cartas que escreveu a João nessa época, ele disse:
"Deus houve por bem
privar-me de tua companhia para assim aumentar o meu fardo. Deus que pode me
fortalecer há de me conservar firme até nós nos encontrarmos outra vez. E
espero que nem antes, nem depois daquela hora, cairei de novo em estado de
insensibilidade. Será pelo teu auxílio, creio eu, que Deus completará aquilo
que já começou em mim; e a nenhuma outra pessoa preferiria para conseguir esse
fim, irmão, senão a ti. Sem duvida é devido às orações de alguém (às de minha
mãe, talvez) que tenho sido levado a pensar assim, pois eu não posso explicar
como, nem quando, eu me acordei do estado de letargia em que eu me achava :
somente sei que foi logo depois de tua retirada daqui".
A natureza de Carlos
exigia a convivência de amigos. Era dotado de disposições para amizade e vida
social. Logo depois de seu despertamento, manifestou vontade de ajudar a outros
rapazes que tinham desejo de seguir a Cristo. Um colega seu, que morava perto
do seu quarto, tinha pendor para a vida religiosa, mas tinha acanhamento dos
seus colegas e lhe faltava coragem para comungar todas as semanas, porque seus
colegas o ridicularizavam. Mas pela influência e coragem de Carlos Wesley venceu
essa tentação, identificando-se com ele. Foi mais ou menos nessa época que João
Wesley voltou para Oxford, conforme os desejos de Carlos. Este estava agora bem
disposto para aproveitar qualquer auxílio que seu irmão lhe pudesse prestar.
João Wesley voltou à
Universidade, em novembro de 1729, ali encontrado um grupo de rapazes
associados a seu irmão Carlos e que já haviam recebido também o apelido de
"Metodistas". Havia, então, só três jovens nesse grupo, porém o
comportamento e o bom testemunho desses rapazes tinham atraído a atenção de
todos os alunos de Oxford.
Pouco tempo depois João
Wesley foi escolhido para chefe do grupo e o número aumentou. Foi por
influência de Carlos Wesley que George Whitefield chegou a identificar-se com o
grupo.
Carlos Wesley completou
seus estudos na Universidade, sendo nomeado instrutor da mesma, à semelhança do
seu irmão. Sua vida acadêmica terminou ao mesmo tempo que a do seu irmão João.
Seu pai faleceu em 1735, e os dois irmãos se achavam juntos de seu pai nessa ocasião.
Depois de ter ensinado e
estudado na Universidade por alguns anos, resolveram deixar a vida acadêmica e
dedicar-se a outras ocupações.
III - O TRABALHO NA
AMÉRICA.
Dentro de seis meses,
depois da morte de seu pai, Carlos Wesley achava-se embarcando no navio
"Simmonds" para a América. O destino do navio era Savannah, Geórgia,
colônia fundada pelo general Oglethorpe, em 1732. O fim dessa colônia era
aliviar a aflição dos pobres endividados e encarcerados na Inglaterra. O
governo inglês tinha cedido uma zona na América, para fundar tal colônia. O
general Oglethorpe estava procurando meios e homens com os quais pudesse
estabelecer esse novo lar para essas pessoas infortunadas. Ele precisava de um
capelão e de um secretário. Como João, irmão de Carlos, houvesse aceitado o
lugar de capelão, este resolveu aceitar o cargo de secretário.
Mas, antes de embarcar, a
questão da sua ordenação se levantou. Ele hesitava em aceitar a ordenação, mas
um professor do "Corpus Christ College", também um dos depositários
da nova colônia, insistia que ele se ordenasse. O Dr. Potter, bispo de Oxford,
o ordenou diácono; e o Dr. Gibson, de Londres, o ordenou presbítero, no domingo
seguinte.
Os irmãos Wesley
aceitaram esse trabalho, não porque não tivessem o que fazer na Inglaterra, mas
porque era missão difícil e exigia abnegação. Além do seu irmão João, tinha
consigo mais dois colegas da Universidade, os Srs. Benjamin Ingham e Carlos
Delamote.
Embarcaram no dia 14 de
outubro de 1735, no porto que se chama Gravesend. Organizaram um horário, que
observaram rigidamente durante a viagem pelo mar. Carlos Wesley dedicava-se a
escrever sermões, enquanto o seu irmão João estudava a língua alemã. Ele ficou
bem impressionado com o comportamento dos moravianos, imigrantes alemães, que
iam para a Geórgia.
Logo que chegaram, Carlos
foi para Frederica onde entrou no seu trabalho com ardor e entusiasmo. Mas não
foi tão bem sucedido como imaginava. Seu zelo e os sermões que pregava não eram
o que os colonos precisavam. Estes não se queriam submeter a regulamentos tão
severos, e, por isso, começaram por criticá-lo e levantaram calúnias contra
ele, dando isso em resultado que o general Oglethorpe chegou a desconfiar dele.
Podemos imaginar os apuros pelos quais passou este homem acostumado às
comodidades de uma universidade, lançando agora uma floresta de mata virgem,
onde tinha que dormir no chão e passar fome! A desconfiança do general
Oglethorpe chegou ao ponto de levá-lo a não querer ceder coisa alguma para ele.
Enquanto permanecia este
estado de coisas, Carlos Wesley caiu doente de febre e fluxo. Se um casal pobre
não o tivesse socorrido nessa ocasião, teria morrido. Diz ele: "O Sr.
Davison, o meu bom samaritano, me visitava freqüentemente ou mandava a sua
esposa para me servir. A seus cuidados, e à proteção de Deus devo a minha
vida".
Foi durante essa época
que seu irmão João foi visitá-lo e conseguiu novamente reconciliar o general
Oglethorpe com ele. Tudo se modificou logo. Todas as suas necessidades físicas
foram supridas e o general mostrou mais confiança nele. Mas Carlos Wesley não
era o homem para tal trabalho. Não gostava do serviço que tinha que fazer. Diz
ele: "Estava completamente exausto de escrever cartas para Oglethorpe. Não
passaria mais seis dias desta maneira nem a trôco de toda a colônia de
Geórgia". Além das cartas que tinha que escrever, havia outros documentos
que tinha de elaborar. Raras vezes conseguia terminar seu trabalho antes de
meia-noite. Ele pediu sua demissão do cargo de secretário. Foi concedida, sendo
ele incumbido de levar alguns despachos para Londres.
A viagem para a
Inglaterra foi péssima. Só por milagre escapou com vida dos perigos que
correra.
Havia chegado à América
no dia 6 de fevereiro de 1736, tendo embarcado para a Inglaterra no dia 26 de
outubro do mesmo ano.
Tinha que ir a Charleston
para embarcar. O seu irmão foi com ele até lá, ali passando cinco dias em sua
companhia, até seu embarque. Ele ficou horrorizado com a escravidão nas
colônias americanas.
Embarcou em Charleston no
dia 11 de agosto para Boston. O capitão do navio, em ébrio, libertino e
blasfemador, cedeu a "cabina" de Carlos Wesley a outrem e Carlos teve
que dormir sobre uma cômoda. Por seis semanas Carlos teve de aturar a malvadez
desse homem embrutecido pelos múltiplos vícios. Diversas vezes a vida de todos
a bordo correu perigo de naufrágio, pela estupidez desse capitão embriagado.
Sem dúvida foi repreendido por Carlos Wesley, porém a única recompensa que este
tirou do seu cuidado foi ser acusado de "ébrio, louco, demônio, jesuíta e
diabo", pelo capitão. Porém Carlos deu-lhe como única resposta o silêncio,
aparentando ignorar o que ele dizia e conversando em latim com um outro
passageiro de bordo.
Foi bem recebido e
tratado em Boston, porém a moléstia que apanhou em Fredereica voltou com muita
força e quase o matou. Porém melhorou ainda a tempo de embarcar para a
Inglaterra no dia 26 de outubro. A viagem para a Inglaterra foi também péssima.
O navio enchia-se d’água constantemente e os doze marinheiros tinham que fazer
funcionar constantemente uma bomba para aliviar o navio da água que entrava.
Além disso o tempo era tempestuoso e diversas vezes o navio correu perigo de ir
a pique. Foi um dia de alegria e de gratidão o de seu desembarque em Deal, a 2
de dezembro de 1736. Em poucos dias chegou a Londres, onde entregou os
despachos às autoridades competentes.
IV - SUA CONVERSÃO.
Uma vez em Londres,
encontrou muitos dos seus antigos amigos, que lhe ofereceram suas casas e
hospedagem. Também foi alvo de muitas atenções devido às relações que mantinha
com o general Oglethorpe e a colônia americana. Dois dos depositários desta
colônia ofereceram-lhe hospedagem gratuitamente em suas casa. Além dessas
atenções teve a honra de fazer um discurso perante o rei e foi convidado a
participar de um banquete oferecido pelo mesmo rei. Todos os que tinham
interesse na colônia da Geórgia dispensavam-lhe cortesias. Ele tinha desejo e
intenção de voltar para a América, porém não mais para exercer o cargo de
secretário do general Oglethorpe, mas como missionário aos colonos e aos
índios.
O primeiro ano depois de
sua volta da América foi gasto em visitas a amigos, e parentes em Londres,
Oxford e outros lugares em redor.
O Conde Zinzendorf, chefe
dos Moravianos, vindo a Londres consultar os oficiais a respeito dos colonos
moravianos de Geórgia, tendo notícia do regresso de Carlos Wesley, convidou-o a
visitá-lo. Aceito o convite, por intermédio de Carlos, o conde conseguiu tudo
quanto queria. Assim Carlos renovou o seu contato com esta gente piedosa.
Aceitou um convite para assistir a uma reunião deles em Londres. Referindo-se a
essa reunião Carlos disse: "Parecia-me estar no meio de um coro de
anjos". O Conde Zinzendorf convidou-o a acompanhá-lo à Alemanha e Carlos
desejava atendê-lo, porém as circunstâncias não lho permitiram. Sempre se
referia religiosamente aos seus amigos moravianos.
Visitando seus parentes,
alguns mostraram pouco caso em referência a seu trabalho e ao de seu irmão João
na América, especialmente, seu tio Matheus, um médico que, antes da ida de seus
sobrinhos à América, havia insultado o general Oglethorpe.
Motejando-os, o Sr.
Matheus disse: "Os franceses, quando têm qualquer homem notável por sua
estupidez, mandam-no converter os índios".
A essa caçoada Carlos
Wesley replicou, repetindo as seguintes linhas escritas por seu irmão:
"To
distant realms the apostles need not roam,
Darkness,
alas; and heathers are at home".
("Aos reinos
distantes os apóstolos não precisam ir,
Pois, trevas e pagãos
estão em casa a rir".)
A isso ele não respondeu
e nada mais disse sobre o apostolado do irmão de Carlos.
Durante o tempo que
passou em visita a seus amigos e parentes não deixou de pregar e dedicar-se a
trabalhos religiosos. Em sua visita a Oxford identificou-se com o "Clube
Santo", ocupando-se em visitar e ministrar aos presos. Os membros do
"Clube Santo", os "Metodistas", sentiram-se animados ouvindo
a leitura do Diário de João Wesley.
Mas era evidente que
Carlos Wesley não estava satisfeito com a sua própria experiência cristã;
faltava-lhe alguma coisa. A leitura dos livros escritos pelo Sr. Law não
satisfazia o seu coração. Um dia ele procurou o Sr. Law para conversar sobre o
assunto e o resultado da conversa se resumiu no conselho seguinte:
"Renuncie-se a si mesmo, e seja paciente". Na visita seguinte, o Sr.
Law confessou que não podia acrescentar qualquer outra coisa; já tinha feito
tudo que podia para orientá-lo. Carlos Wesley, mais tarde, em sua velhice,
refletindo sobre essa época de sua vida, disse: "O Sr. Law foi o nosso
João Batista". Se o Sr. Law tivesse continuado a ser o mestre dos irmãos
Wesley, a grande revivificação evangelística não teria sido provocada por João
e Carlos Wesley. Eles precisavam de uma experiência mais clara e positiva.
Carlos Wesley não era,
nessa época, verdadeiramente convertido, porém buscava sinceramente mais luz e
orientação espiritual. George Whitefield tinha voltado da América e eletrizava
o povo com sua eloqüência e ardor. Carlos Wesley ouvia suas pregações e
convidava seus amigos para também as ouvirem.
Carlos já estava pronto a
embarcar de novo para a América, porém diversas coisas concorreram para impedi-lo.
Seu irmão João tinha chegado da América trazendo notícias do triste estado em
que se achava a colônia de Geórgia. Isso, em de vez de desanimá-lo, provocou
ainda mais seu entusiasmo para ir.
Consultando a sua mãe
sobre isso, ela não concordou em repetir o que tinha dito ao filho da primeira
vez: "Se tivesse vinte filhos, gostaria de vê-los assim empregados, ainda
que não pudesse eu mais vê-los". Ela mudou sua atitude, não porque tivesse
menos interesse pelo trabalho missionário, mas porque julgava que seu filho não
se adaptava a esta qualidade de trabalho e que Deus tinha serviço para ele na
Inglaterra.
Foi nessa ocasião que ele
caiu muito doente, atacado pela doença que adquirira na América. Quando
melhorou e entrou em convalescença, o médico disse-lhe que a enfermidade lhe
seria fatal se voltasse outra vez para a América. Só assim foi que, finalmente,
abandonou a esperança de voltar para a América. Deus tinha outro plano para
ele.
Poucos dias antes de cair
doente em Oxford, foi apresentado a Pedro Bôhler, o moraviano. Durante sua
longa doença Pedro Bôhler o visitou um dia. Carlos Wesley pediu que o moraviano
orasse por ele. Bôhler fez uma oração muito tocante e em seguida, tomando
Carlos pela mão, disse: "O irmão não morrerá desta vez". (Estas
palavras foram notáveis, pois Carlos julgava que não podia suportar mais um dia
a dor que sentia). "O irmão tem esperança de ser salvo?"
"Sim", respondeu Carlos. Quando Bôhler quis saber qual era a base de
sua esperança, Carlos disse: "Porque tenho me esforçado para servir a
Deus". Bôhler meneou a cabeça, mas não disse nada. Carlos julgou muito
cruel ser roubado de sua confiança e perguntou a si mesmo: "Não são os
meus esforços suficientes para garantir a minha esperança?" Esta pergunta
revelou a grande distância que tinha que caminhar antes de alcançar a salvação
mediante a fé.
Carlos Wesley melhorou e
foi para Londres, onde encontrou de novo Pedro Bôhler. Ali teve outro ataque de
seu incômodo. Estava hospedado em casa do Sr. Hutton. Durante sua doença foi
visitado outra vez pelo Sr. Bôhler. Sobre essa visita Carlos disse: "De
manhã o médico, Dr. Cockburn, me visitou; e também um outro médico, ainda
melhor, Pedro Bôhler, aquele que Deus retivera na Inglaterra para meu próprio
benefício’. Na ocasião desta visita Bôhler orou para que Carlos viesse a
compreender qual era a vontade de Deus para com ele nas suas aflições. Assim
Carlos compreendeu que tudo isso estava acontecendo para levá-lo a examinar-se
a si mesmo, para que não confiasse em si, mas em Cristo, pela fé.
Por três semanas buscou a
salvação com toda a sua alma. A dificuldade para Carlos, como aconteceu a seu
irmão João, era crer que alguém se pudesse converter instantaneamente. Na
véspera de sua partida de Londres, Bôhler visitou Carlos Wesley e teve
satisfação em ouvi-lo confessar que estava convicto de incredulidade e que não
tinha o espírito de perdoar, mas que esperava, antes de morrer, alcançar a
salvação na morte e paixão de Cristo. Sem dúvida foi isso que levou João Wesley
a escrever: "Foi o beneplácito de Deus para abrir os olhos dele (Carlos),
de modo que enxergasse mais claramente a natureza daquela fé verdadeira e viva,
pela qual, mediante a graça, somos salvos".
Ele comungou e, sentindo-se
um pouco confortado, concluiu que os moravianos não tinham razão em afirmar que
um homem não pode ter a paz enquanto não tiver a segurança do perdão; mas
descobriu pela experiência que nisso estava errado. Uma vez desenganado de que
não podia ter a paz na alma enquanto faltasse a fé, começou a buscá-la de todo
coração e falava com outros sobre o assunto.
Foi neste estado de
espírito que resolveu ir à casa de Hutton; porém nessa ocasião recebeu a visita
de Bray, um mecânico pobre e ignorante, mas crente fervoroso. Este homem não
conhecia a ciência, mas conhecia a Cristo. Ele orou com Carlos Wesley, e tão
tocante foi o culto que tiveram juntos, que Carlos resolveu ir passar algum
tempo em casa deste irmão pobre até que alcançasse a fé salvadora.
Estava, porém, tão fraco
que teve de ser levado à casa deste irmão numa cadeira. Durante os dez dias que
passou em casa deste homem simples que lhe servia de guia espiritual foi
visitado por amigos e por seu irmão João. Todos oraram por ele. Rodeado de
tantos amigos que se interessavam por seu bem estar ficou impressionado. Seu
hospedeiro, o Sr. Bray, trabalhou muito com ele, mas às vezes chegava a ficar
desanimado. Um dia, quando já havia feito tudo quanto podia lembrar, Bray
disse-lhe que, em tais ocasiões, tinha tirado muito proveito lendo a Bíblia.
Abriu então o Novo Testamento, no Capítulo nono do Evangelho de Mateus, e leu.
Quando lia, Carlos Wesley, escutando a descrição da cura do paralítico, cobrou
ânimo e creu que a fé que seu hospedeiro tinha seria poderosa também para sua
própria salvação.
No dia seguinte ele se
converteu. Era o dia de Pentecostes. Às nove horas da manhã o seu irmão João e
alguns amigos o visitaram e juntos oraram e cantaram um hino ao Espírito Santo.
Ali se demoraram meia hora. Carlos Wesley entregou-se à oração pedindo o
cumprimento da promessa do dom do espírito Santo. Sentindo-se fraco no corpo,
desejou dormir e quando estava se acomodando para dormir ouviu uma voz que
dizia: "Em nome de Jesus de Nazareth, levanta-te e crê, e serás curado das
tuas enfermidades". Estas palavras fizeram grande impressão sobre ele.
"Oh! Se Cristo me falasse assim...", suspirou ele. Aquelas palavras
foram preferidas por uma senhora que havia alcançado a salvação pela fé. Ele
confiou em Cristo e somente nele e logo alcançou paz para sua alma. Poucas
horas depois as boas notícias chegaram aos ouvidos do seu irmão João que
escreveu: "Eu recebi a notícia que meu irmão alcançara paz para sua alma.
A força física voltou a seu cor po desde àquela hora. Quem é semelhante a nosso
Deus?"
Este dia, o dia 21 de
Maio de 1738, foi um dia memorável na vida de Carlos Wesley. Foi o começo de
uma nova época em sua vida.
Em pouco tempo estava com
sua saúde restaurada e trabalhando entre os seus amigos, pregando as boas novas
de salvação. Visitava muitas famílias e sempre onde quer que fosse era uma
benção para o povo. Tinha dom especial de fazer visitas.
Logo depois se uniu por
algum tempo a George Whitefield e tornou-se pregador ao ar livre. Mais tarde
aceitou o cargo pastor de uma igreja em Islington.
V - SUA ATIVIDADE COMO
ITINERANTE
Sua posição como pastor
da Igreja de Islington tornava-se cada vez mais difícil. Os oficiais da Igreja
não estavam contentes com ele e com suas pregações. Um dia, quando ia subir ao
púlpito para pregar, dois homens, mandados pelos oficiais da Igreja,
impediram-no de pregar obstando-lhe o caminho. Carlos Wesley, não querendo
provocar uma cena na igreja, cedeu o lugar a outro pregador. Alguns dias
depois, quando Whitefield ia ocupar o mesmo púlpito, ele foi impedido ao
acompanhá-lo, pois quatro homens estacionados nas escadas do púlpito lhe
toleram a subida. Whitefield, lembrando-se da escritura que diz: "O servo
do Senhor não deve brigar", retirou-se da Igreja e, entrando no cemitério,
ali pregou ao povo que o seguira, deixando os quatro homens guardando o púlpito
com a casa vazia. Está claro que Carlos Wesley não podia continuar como pastor
por muito mais tempo em tais condições.
Demitindo-se deste cargo
entrou para o trabalho de itinerante, pregando onde podia encontrar povo.
A princípio dedicou seu
tempo ao trabalho em Londres, onde foi ricamente abençoado no seu ministério,
especialmente entre os mineiros. O povo, que havia sido negligenciado pelo
clero e pela igreja, respondia francamente a seus esforços. Um clérigo disse a Carlos
Wesley que o número de comungantes em sua paróquia havia aumentado de cem
pessoas. Carlos ofereceu-se para ajudá-lo a administrar a santa ceia, porém não
foi aceito.
As perseguições não
tinham começado ainda, porém havia sinais delas. Na pequena cidade de
Bengeworth, sua paciência foi posta à prova. Nesta cidade um tal de Seaward, um
professor, quis contrariar o trabalho de Carlos Wesley. Acusou Carlos Wesley de
ter roubado o seu irmão, ameaçando-o se aparecesse outra vez nos campos para
pregar. Mas Carlos era de uma têmpera tal que quanto mais era ameaçado tanto
mais coragem sentia. À hora marcada para a realização do culto ao ar livre,
veio também o tal professor acompanhado de grande número de homens embriagados.
Quando Carlos Wesley se levantou para falar ao povo, o professor também se
levantou perto dele para falar. Porém Carlos podia falar melhor e, quando sua
voz não podia ser ouvida, o povo o ajudava a cantar hinos. Ele assim descreve
este incidente: "Por quase uma hora ele (o professor) falou por seu
mestre, e eu pelo meu; porém a minha voz prevaleceu. Às vezes fizemos oração,
às vezes cantamos hinos e demos louvores a Deus. O Senhor Deus estava conosco e
o grito de um rei estava conosco. No meio destes tumultos, acusação e
blasfêmia, eu sentia calmo o meu espírito, mesmo quando pregava o Evangelho com
grande contenda. Estas pequenas coisas estavam me preparando para coisas
maiores".
Levantou-se uma
controvérsia sobre doutrina, entre os metodistas e os Calvinistas. Carlos
Wesley exerceu o papel de pacificador. Não gostava de controvérsia. Porém esta
controvérsia assumiu tal proporção que provocou certo arrefecimento de amizade
entre ele e George Whitefield e outros amigos. Igualmente a divergência entre
os Metodistas e Moravianos causou uma separação entre eles.
Até 1742 o trabalho dos
irmãos Wesley tinha sido limitado às cidades de Londres e Bristol. Mas depois
da visita que João Wesley fez ao norte da Inglaterra até Newcastle, o trabalho
itinerante dos Metodistas estendeu-se por toda parte da Inglaterra, Galles,
Escócia e Irlanda.
Durante uns dez anos
Carlos Wesley viajou tanto quanto seu irmão João. Mas poucos anos depois do seu
casamento limitou-se às cidades de Bristol e Londres.
Para ser um itinerante
precisava de coragem, pois não somente tinha que viajar bastante a cavalo,
debaixo de chuva, neve, calor e frio, porém tinha que enfrentar os motins e
perseguições constantes. Mais tarde, depois de conquistar a confiança do povo,
em vez de pancadas recebia boas-vindas.
Para narrar tudo quanto
fez durante os dezesseis anos de itinerância seria necessário escrever volumes
historiando fatos e incidentes ocorridos durante sua vida. Porém, ao nosso
objetivo, basta citar alguns fatos que servirão como amostra das muitas outras
coisas que fez.
Na viagem que fez ao
norte da Inglaterra, em 1743, no mês de maio, sofreu algumas perseguições
terríveis. Em sua visita a Wednerbury foi atacado por um grupo de amotinados.
Assim descreve ele esse episódio:
"A rua estava cheia
de bestas de Epheso (o povo do lugar agiu a mandado do chefe), que berravam e
gritavam e jogavam pedras incessantemente. Muitas delas me atingiram sem me
ferir. Eu insistia com eles para que se entregassem a Cristo. Quando me
retirava, uma onda desses desordeiros me precipitou da escada. Levantei-me e,
tendo despedido o povo com a benção, fui arremessado ao chão outra vez. Da
mesma forma uma terceira vez, quando rendemos graças a Deus pela nossa
salvação. Então estando na escada, exortei-os a se retirarem em paz, e passei
pelo meio deles. Eles nos xingavam, porém não tiveram o poder de tocar nem um
fio do nosso cabelo".
Quando passou por
Sherffield, foi acusado de ser um traidor do rei. O soldado que levantou esta
calúnia contra ele teve a ousadia de chegar à frente do pregador e colocar a
ponta da sua espada ao peito do ministro. Carlos Wesley descobriu seu peito e
olhou sorridente para o soldado e disse: "Eu sou temente a Deus e honro o
rei". O capitão, cabisbaixo, deu um suspiro, guardou a espada na bainha e
silenciosamente se retirou.
Ele tinha que confiar em
Deus, e não na proteção dos oficiais das cidades, os quais às vezes instigavam
o povo contra ele em vez de protegê-los. Mas, apesar de tudo isso, ele sempre
aconselhava o povo a que fosse leal a Deus e à pátria. Muitas vezes, rodeado
pelo povo amotinado, exortava-o a "que atendesse a todas as ordenanças da
Igreja; a que se submetesse a todas as ordenanças dos homens por amor de Deus;
que tapasse a boca de todos os gabadores, temendo a Deus e honrando o rei; e
que evitasse o juízo de Deus que paira sobre as nossas cabeças mudando
radicalmente o nosso modo de viver".
Os frutos de sua pregação
não demoraram a manifestar-se entre o povo. Muitas cidades foram completamente
transformadas. O povo tornou-se mais sério e ordeiro. Carlos Wesley assim diz
no seu diário:
"No sábado, 4 de
agosto de 1744, preguei em Gwennap, onde o povo está bem despertado. Muitos que
não têm a coragem de entrar e fazer parte das Sociedades têm deixado os seus
pecados pelo arrependimento e estão esperando o perdão. Toda a comunidade está
ciente da mudança; porque a última visita do juiz não encontrou nenhum
criminoso na prisão; uma coisa que nunca se deu, tanto quanto se lembrem os
viventes. Por ocasião da última festa de orgias, não havia número suficiente
para realizá-la, pois todos os homens foram riscados da lista do diabo, e agora
estão lutando contra ele e não por ele".
Carlos Wesley diz que,
passando por uma cidade, podia adivinhar as casas onde moravam famílias
metodistas, pelos estragos - janelas quebradas, portas e paredes riscadas,
etc.- que assim se apresentavam devido à violência dos ataques praticados
contra elas.
Em Dublim, na Irlanda,
ele sofreu bastante às mãos dos desordeiros. Naquela época os evangélicos
tinham pouca influência no país. Não havia sociedades bíblicas, de temperança e
de tratados. Um pregador metodista disse: "O pregador que não estiver
pronto a morrer a qualquer hora não deve tentar pregar em Dublim". Não
levou muito tempo para Carlos Wesley e seus colegas sentirem a força da verdade
desta expressão. Apenas dez dias antes da sua chegada, a casa de culto foi
atacada pelos papistas. Tiraram toda a mobília, levaram-na para fora,
queimaram-na na praça pública e juraram que matariam todos os metodistas.
Carlos Wesley foi ridicularizado e vaiado pelo povo nas ruas, porém ele
conservava-se calmo e pregava onde podia e muitos assistiram as suas pregações.
Antes de voltar para a Inglaterra conseguiu adquirir uma nova casa de culto com
um sobrado onde os pregadores podiam hospedar-se.
VI - SUA RESIDÊNCIA E
TRABALHO EM BRISTOL (1757-1771).
Como já observávamos,
Carlos Wesley deixou de ser itinerante em 1757, devido às circunstâncias
domésticas, mas nunca deixou de trabalhar em prol da causa de Cristo sob a
bandeira metodista.
1. Seu casamento.
Entre todos os membros de
sua numerosa família, ele foi o mais feliz de todos no seu casamento. Casou-se
com miss. Sara Gwynne, da cidade de Garth, de Galles, no dia 8 de abril de
1749. O Sr. Gwynne era um homem abastado e de influência; tinha nove filhos e
filhas e vinte criadas. Carlos Wesley, sendo um homem pobre e itinerante, antes
dos pais de sua noiva consentiram em seu casamento com sua filha, teve que
prometer e garantir um ordenado de cem libras esterlinas por ano. Seu irmão
João Wesley ficou sendo um dos fiadores, contanto com o rendimento das
publicações da Casa Publicadora, para suprir essa quantia.
Carlos travou
conhecimento com miss. Sara, em Bristol, e teve ocasião de visitá-la uma ou
duas vezes por ocasião das viagens que fez na Irlanda. Também ela e seu pai
passaram algum tempo com os irmãos Wesley, em Londres, onde puderam verificar
tudo que eles faziam, etc. Depois desta visita Carlos pediu-a em casamento.
Quando fez isto, levou o seu irmão João consigo para passar alguns dias em casa
da noiva. O contrato de casamento foi assinado pelos dois irmãos e tudo ficou
combinado para a realização do casamento no dia marcado.
O ato do casamento foi
celebrado com culto, cântico e oração. Casaram-se na capela que ficava perto da
casa da noiva. Foi um dia ideal quanto ao tempo e também quanto ao
comportamento da parte de todos que participaram do ato. Carlos tinha quarenta
e dois anos e ela vinte e três. Ele ficou em casa do sogro dez dias depois do
casamento, continuando depois as suas viagens de itinerante, deixando a esposa
com seus pais. Uma vez ou outra ela o acompanhava.
Em 1º de setembro de 1743
mudaram-se para a sua própria casa. Sua vida doméstica foi iniciada com um
culto de oração. Depois de seis anos de casados, escrevendo à sua esposa,
disse: "Ao ler as passagens acerca do nosso casamento, tu não podeis
imaginar quanto amor te tenho e a todos da tua família. A tua mãe, pai, primas
e criadas têm se portado de tal modo para comigo que não posso deixar de os
amar. E me recordo com prazer de todos os passos e de todas as circunstâncias
em que a providência divina nos guiou em nosso amor. Eu me regozijo ao refletir
sobre nossa união tão abençoada, e me sinto grato a todos que contribuíram para
isso. Acima de tudo, quero agradecer ao nosso Bem feitor por te haver dado ao
meu coração, para satisfazer os desígnios dele levar-lhe as "bodas de
Cordeiro".
2. Seu trabalho em geral:
Carlos Wesley limitou-se,
depois de 1756, ao trabalho em Bristol e Londres. Mas seu ministério foi
ricamente abençoado. Residiu vinte e dois anos em Bristol.
Possuía grande facilidade
de captar amizade. Era poeta e escreveu muitos hinos. Em suas visitas pastorais
e às vezes no púlpito cantava um hino. Numerosas vezes se encontram referências
sobre este ponto em sua biografia. Demonstrava interesse em visitar os pobres e
os presos, prestando-lhes assistência tanto ao corpo como a alma.
Quando houve uma greve de
mineiros em Bristol, viu-se que ele exercia maior influência e autoridade sobre
o povo do que a própria polícia. Foi devido a ele que se conseguiu evitar
maiores desastres.
Ele pregava com
entusiasmo e energia, porém, às vezes, seus discursos eram sem vida; dependia
da inspiração do momento. Raras vezes escrevia seus sermões; pregava de
improviso. Mas quando sentia o fogo divino no coração não sabia parar, pregava
por mais de duas horas.
Certa vez um jovem
pregador resolveu deixar o ministério, porque se julgava incompetente. Porém um
dia, assistindo à pregação de Carlos Wesley, num desses dias em que o fogo celeste
não se acendera muito, ficou assaz impressionado pela lentidão com que o famoso
pregador falava. Encostava-se no púlpito, colocava o cotovelo na Bíblia, etc.
Quando viu isso, resolveu não abandonar o ministério, pois compreendera que
todos os pregadores têm seus dias de inspiração e de desânimo. Sem dúvida,
nessa ocasião, o fracasso do pregador foi o seu maior sucesso.
Em 1745 uma mulher
converteu-se a Cristo por seu ministério. Foi Mrs. Priscilla Rich, a esposa do
Sr. Rich, dono do teatro "Convent Garden Theathre". Era bonita,
inteligente e uma atriz notável. Seu esposo ficou muito contrariado com isso,
pois ela deixou de tomar parte nos espetáculos do teatro. Seu marido queria,
por força, que continuasse. Um dia, insistindo para que voltasse à cena, ela
lhe disse que se fosse obrigada a comparecer em público no teatro, daria seu
testemunho e falaria contra o teatro; e como ele não quisesse tal coisa, deixou
de aborrecê-la. Foi por meio dela que Carlos Wesley chegou a ter contato com as
pessoas mais notáveis daquela época. Como seus filhos tinham dom para a música,
teve por meio desta senhora e seu marido as melhores oportunidades para
conhecer os melhores músicos na Inglaterra.
3. O poeta do Metodismo:
Não podemos avaliar a
influência de Carlos Wesley quando consideramos a sua contribuição para a
hinologia sagrada.
Ele escreveu 6.500 hinos.
Estes hinos abrangem em seus sentimentos, todas as sensações da vida humana,
sob quase todas as circunstâncias da vida.
Começou a escrever seus
hinos em Geórgia e os escreveu até morrer. Era-lhe muito comum compor um hino
enquanto viajava a cavalo. Chegando a alguma casa, entrava e pedia "pena,
tinta, papel", reduzindo-o a escrito. Depois cumprimentava seus amigos e
conversava com animação.
O Dr. Stoughton, falando
sobre o valor da hinologia na Revivificação Evangélica, disse:
"A psalmodia, que
tinha sido negligenciada na Inglaterra muito mais do que alguns leitores
imaginam, foi tomada a sério pelos irmãos Wesley, desde o princípio com uma
compreensão clara da sua importância e com um zelo que prometia sucesso. O
Metodismo nunca se teria tornado o que é sem o sue hinário sem igual. Seu
hinário talvez tenha contribuído mais para conservar a teologia evangélica do
que os "Sermões de Wesley" e as "Notas sobre o Novo
Testamento". Para cada pessoa que tenha lido os "Sermões" e as
"Notas Sobre o Novo Testamento", mil têm cantado os hinos metodistas.
Todas as divisões da Cristandade têm sido beneficiadas pela influência sobre o
"fervor do Metodismo não pode haver dúvida; esse fervor é devido ao
caráter concreto e pessoal de sua psalmodia. Ele não se limitou à contemplação
calma e intelectual de temas abstratos, ainda que sagrados e sublimes; porém,
tirou sua inspiração da experiência dos crentes, como soldados de Cristo,
"lutando", "vigiando", "sofrendo",
"trabalhando", e buscando a redenção completa. Podem-se notar nesses
hinos o som da trombeta, o gemido dos feridos, o grito dos vitoriosos e o
pranto do que acompanha o enterro do soldado".
O hino mais apreciado e
cantado no mundo é "Oh! Amante Salvador" (número 28, do livro
"Psalmos e Hinos"):
"Oh amante Salvador,
Sê tu meu Amparador!
Negras ondas de aflição,
Fortes ventos perto
estão;
Deste espanto e do terror
Salva-me, meu bom Senhor:
E no porto faz entrar
Minha barca sem quebrar.
Consternado, nesta dor,
Sem refugio, sem vigor,
Meu medroso coração
Clama a ti por salvação
Mostra o teu imenso amor,
Oh benigno Salvador!
Única esperança e luz,
Não me deixes, oh Jesus!
Compassivo Redentor!
Vale a um triste pecador;
Vida eterna mora em ti,
Rica graça nasce ali;
Enche o débil coração
Com os dons da salvação;
E seguro, e sem temor,
Gozarei do teu
favor".
O Dr. Henrique Ward
Beecher disse acerca deste hino: "Preferia ter escrito este hino de Wesley
- "Oh! Amante salvador" - a merecer a fama de todos os reis que em
todos os tempos se têm assentado sobre os tronos do mundo inteiro. É mais glorioso!
Possui maior poder. Este
hino será cantado até o som da última trombeta que despertará a milícia
celestial; e então, creio, subirá nos lábios de alguns até a presença de
Deus".
VII - SUA RESIDÊNCIA E
TRABALHO EM LONDRES (1771-1788)
Por muito tempo João
Wesley quis que seu irmão morasse mais perto dele. Igualmente por alguns anos
Carlos Wesley quis mudar-se para Londres pelos mesmos motivos e outros mais.
Uma das principais dificuldades era arranjar uma casa que servisse.
Quando uma senhora, Mrs.
Gumly de Bath, soube que Carlos Wesley queria mudar-se para Londres,
ofereceu-lhe uma casa mobiliada e bem colocada, salvo quanto à distância, pois
estava um pouco afastada do Foundry, o centro metodista em Londres. Ele tinha
somente que conservá-la e pagar os impostos. Esta casa agradou-lhe tanto que
logo tratou de se mudar de Bristol para Londres.
1. Sua vida doméstica e
social:
Carlos Wesley teve oito
filhos, porém cinco morreram pequenos e só três se criaram - dois homens e uma
mulher. O menor tinha quase quatro anos quando se mudaram para Londres.
Chamava-se Samuel e os mais velhos Carlos e Sara. Os dois rapazes tinham dom
para música e aprenderam a tocar diversos instrumentos.
Carlos Wesley dedicava
muito interesse à educação de seus filhos, especialmente em música. Quando
crescidos, deram concertos musicais em casa, convidando seus amigos para
assistirem. Mrs. Rich servia de mediadora entre eles e os cultores da música. E
foi por meio dela que eles puderam arranjar os melhores professores daquela
época.
Carlos Wesley gastava
algumas horas, todas as tardes, lendo com seus filhos. Tinha interesse pela
vida espiritual deles. Não obrigava os filhos a assistirem os cultos nas
Sociedades, mas dava-lhes o seguinte conselho: "Podereis ganhar dos
Metodistas desprezados, quando não outra qualquer coisa, ao menos o
conhecimento a respeito do que constitui a religião verdadeira, a saber: a
felicidade e santidade; a paz e amor; o favor e a imagem de Deus restaurada; o
paraíso reconquistado; um reino dentro de vós; a participação da natureza
divina. Os meios ou instrumentos principais dessa fé, que é o dom de Deus dado
a todos que o pedem".
2. Trabalho em Igreja:
Carlos Wesley, chegando a
Londres, passou a dar seu tempo às Sociedades da Metrópole. Pregava
constantemente na "City Road Chapel". De vez em quando visitava
Bristol onde tinha muitos amigos queridos. Além de zelar pelas Sociedades e
pelo seu trabalho pastoral, pregava aos presos e constantemente os visitava.
Escreveu uma coleção de hinos apropriados para eles. Diversos criminosos foram
convertidos cantando e ouvindo cantar esses hinos. No decurso de seus últimos
anos seu coração continuamente ficava entristecido pela morte de alguns dos
seus amigos da mocidade.
Durante esse tempo
publicou diversas edições de hinos. Quarenta e seis edições diferentes. Até
onde chegaram os Metodistas, ali foram cantados os hinos de Carlos Wesley. Isto
se dá hoje em dia. Em quase todos os hinários hoje existentes há alguns de seus
hinos.
3. Alguns desgostos que
sofreu:
Não há neste mundo pessoa
alguma, que, vivendo muito tempo, não venha a sofrer alguns desgostos. Carlos
Wesley, dotado como era de natureza impetuosa, naturalmente sofria
horrivelmente, quando encontrava qualquer contrariedade ou desgosto. Ao menos
quatro coisas traziam tristezas a seu espírito sensível e poético.
Uma era o procedimento de
seu irmão João, que tinha teimosia em ordenar diáconos e presbíteros a alguns
de seus pregadores leigos, e o fato de o Dr. Thomas Coke, superintendente do
trabalho na América, também estar revestido da autoridade de ordenar
presbíteros, etc. Carlos Wesley contrariava-se muito com isto, porque não
queria de forma alguma, que as "Sociedades" saíssem da Igreja
Anglicana. Mas a história tem justificado a teimosia de seu irmão João.
Outro desgosto era o
desejo que seu irmão João estava demonstrando de se casar com Miss Grace
Murray. Neste particular ele praticou uma grande injustiça para com seu irmão,
estorvando os seus planos de casamento e conseguindo que um dos pregadores de
João Wesley se casasse com ela enquanto João se achava ausente numa longa
viagem.
Ainda outro desgosto teve
ele, quando compreendeu a possibilidade da separação das "Sociedades"
da Igreja Anglicana que amava tanto. Viam-se sinais dessa separação e ele sempre
lamentava a voz contra tal tendência. Mas a corrente separatista era tão forte
nas "Sociedades", que ele não podia deixar de sentir que mais cedo ou
mais tarde elas viriam a se separar da comunhão da Igreja Anglicana. Esse
pensamento foi como uma sombra sobre o seu espírito nos dias de sua velhice.
Mais um desgosto, e este
mais cruel que todos, foi o fato que um dos filhos passou para a Igreja
Católica Romana. Isso deu motivo a grande regozijo por parte dos papistas,
visto poderem dizer que um dos sobrinhos de João Wesley havia aceito o
Catolicismo. O motivo que levou Samuel a passar para a Igreja Romana foi a
música. Alguns de seus amigos músicos pertenciam a Igreja Romana; e por meio
deles foi influído a passar para a Igreja Romana.
Nessa ocasião o seu tio,
João Wesley, escreveu a seguinte carta:
"Querido Samuel,
como te tenho tido em muita consideração desde a tua menice, tenho pensado em
escrever-te com liberdade. Estou persuadido de que o que é dito em amor será
recebido com amor; portanto, se não for para teu benefício, não te fará mal
algum.
"Já há muitos anos
notei que tinha sido do beneplácito de Deus, dotar-se de talento para a música,
como também de capacidade para aprenderes muitas outras coisas e, o que é ainda
de mais importância, do desejo de seres um cristão. Mas muitas vezes tenho tido
dó te ti, julgando que não tens procurado devidamente o caminho certo. Não me
refiro a essas ou aquelas opiniões protestantes ou romanas. Todas essas
opiniões eu as coloco debaixo dos meus pés; porém, a respeito das coisas de
maior peso, quer protestantes quer romanas, se errarem nessas coisas, perecerão
eternamente. Receio que não tenhas nascido de novo; que sejais dessa Igreja ou
daquela, não me importa. Pode-se salvar em qual quer delas. Mas tenho receio de
que não sejas nascido de novo; pois se não se nascer de novo, não se pode ver o
reino de Deus".
Porém Samuel nunca foi um
romanista de coração. Certa vez teve uma discussão com um padre na qual afirmou
que tinha o direito de julgar por si mesmo, e disse: "Os estrépitos do
Vaticano não podem ser considerados como raios do céu; não me importo com a
excomunhão". Poucos anos depois ele se retirou da comunhão da Igreja
Romana declarando: "Não me importo com a excomunhão que os seus padres
possam lançar sobre mim".
Ele teria, então, feito o
Metodismo um viveiro de pastores evangélicos e pastores da Igreja da
Inglaterra, ands um reduto (se o estabelecimento. Ele foi, no entanto, se
praticamente até menos de um eclesiástico que seu irmão e, suas esperanças de
um bispo eram continuamente decepcionado "Os bispos talvez, se
quisessem", ele escreveu para Latrobe, o ministro da Morávia, em 1785,
"salvar a parte maior e mais sólida de los de volta para a Igreja;. talvez
para fermentar toda a massa, como disse o arcebispo Potter para mim. Mas temo
que, no entanto, entranhas você e eu, seus senhores cuidar de nenhuma dessas
coisas. Ainda assim, eu espero, se Deus levantou, mas um bispo primitivo, e
mandasse ao porteiro para abrir a porta "(João H . Rigg, em Londres. Qua.
Rev. [Wesleyan], No. LX, de julho de 1868, p. 302). Mas esta mesma Churchman
aprovado de pregação de leigos, reuniões separadas, e quase tudo o que
pertencia ao mais antigo Metodismo.. Ele próprio foi o primeiro a administrar a
Ceia do Senhor às sociedades distintas. De fato, como bem diz Jackson, "houve
uma discrepância singular entre sua teoria da churchmanship e sua conduta
Durante trinta anos ele fez mais barulho sobre o assunto da união contínua dos
metodistas com a Igreja do que qualquer homem da idade.; e todo esse tempo ele
foi além da comparação o maior separatista prática em toda a conexão.
John Wesley passou a maior parte
de seu tempo viajando pela Grã-Bretanha e Irlanda, muitas vezes pregando duas
vezes todos os dias, e duas ou três vezes no sábado. Raramente, no entanto, ele
pregou na hora da Igreja, exceto quando ele oficiou por um clérigo irmão. Ele
freqüentou a Igreja, onde ele passou a ser, e apertou as pessoas para
acompanhá-lo para lá. Muitos dos pregadores itinerantes perseguiu o mesmo curso
.... Este era o plano reconhecido de prática Metodista. Mas isso era, não o
estado de coisas em Londres, sob a administração de Charles Wesley. Ele pregou
duas vezes durante horas Igreja cada sábado, e se entregava a sociedade com um
sacramento semanalmente em seus próprios locais de culto. Ele conduziu o culto
divino, de fato, de acordo com a ordem da Igreja da Inglaterra, exceto que ele
usou oração espontânea e cantou seus próprios belos hinos; mas ele e para a
sociedade tinha de outra forma não mais ligação com a Igreja estabelecida do
que qualquer ministro Dissidente e congregação teve. Ele não estava sob
controle episcopal, as capelas foram licenciados por nenhum bispo .... As
sociedades dos países desejou a este respeito para estar em pé de igualdade com
seus irmãos metropolitanas, e eles nunca estavam satisfeitos até que este foi
concedido a eles "(Life of Charles Wesley, Lond. ed., 2, 404, 405). Embora
Charles Wesley quase nunca ia à igreja, e não era mais sob a jurisdição de um
bispo que eu, mas ele estava tão ligada ao nome de um eclesiástico que Eu ouvi
dizer que ele deve ter medo de conhecer o espírito de seu pai no paraíso se ele
deixou a Igreja "(Bradburn, são os metodistas Dissidentes? [Bristol,
1792]).
Charles não tinha a amplitude de
visão, o elenco prática de espírito, a sabedoria, de seu irmão; e em medidas de
administração da Igreja sua influência sobre o último foi ligeira. Talvez a
observação do Dr. Stevens se justifica: "Se a liderança do Metodismo
início recaiu sobre ele pela morte de seu irmão, que era ao mesmo tempo provavelmente,
ele provavelmente teria sido extintos a-dia, ou dificilmente distinguíveis como
agência especial religiosa no mundo "(Hist. do Metodismo, 2, 275). Era
como um hymnist sua influência sobre o Metodismo foi tão grande e tão
abençoado.
5. seus hinos . - A fama de
Charles Wesley descansa, e será para sempre descansar, nos seus hinos. Sobre
estes, é seguro para todos os tempos. Os críticos, no entanto, têm encontrado
certas falhas nestes hinos. Estes defeitos alegados vamos primeiro dar. Eles
chamam a atenção para "o caráter prosaico, literal, doutrinal de muitas
das linhas, a sua dureza ocasional, ea preponderância do elemento subjetivo da
experiência pessoal" (.. Amer presb Rev. de abril de 1867, p 349.).
"A escassez de seus temas produz repetição freqüente Ele tem pouca
variedade de forma, e menos variedade de assunto ... muitas de suas peças
ouvido o aspecto exclusivo do sectária;. Ele lança seu ácaro para o tesouro de
uma festa, ele escreve como um poeta do Metodismo, não como o servo da Igreja
universal "(Milner, Vida de Watts) ... Certas expressões extravagantes e
" violações "de julgamento correto em meio a gosto são apontados
como, por exemplo, o hino notável" Ah , aparência agradável em morte
", as linhas das quais, o opositor permite," são investidos: com toda
a sua classe e ternura "(Bird, Biblioth Sac janeiro 1664..) p; 143). [Dr.
Whedon stoutly defende este hino, tendo problema com o Dr. Floy e os críticos
em geral. Ele diz que é raramente primou pela originalidade, solenidade, e
pathos; compara-o com a passagem de Byron celebrada na Giaour e prêmios a palma
da mão para o poema de Wesley ", descrevendo uma beleza moral e divina
inexprimível estão ligadas repouso das fadigas, tristezas e pecados da vida, eo
silêncio do espírito à sua repouso eterno e inefável "(Meth. Quar. Rev. de
abril de 1867, p. 307). Por fim, George Macdonald-um indubitável
autoridade-lhes nega "muito mérito literário" (Antífona da Inglaterra
de 1869 Veja também negativamente, JD Burns, no Encyclop Brit, 8 ed, 12:...
189).
Por outro lado, damos o
julgamento de um crítico Luterana. Rev. Frederic M. Pássaro, um estudante mais
completo e ardente de hymnology Wesleyan. Citamos a partir de uma análise
capaz, elaborar e interessante na Bibliotheca Sacra, janeiro e abril de 1864: "O
mais extensivamente e atentamente seus escritos são examinados, mais será
encontrado neles digno de ser admirado e " usado "( p. 129).
"Dr. Watts tem sido comumente considerado o mais poderoso de hymnists.
Os hinos de Wesley publicados são
cinco vezes tão numerosos quanto a dele; e dessa imensa massa do padrão
literário é muito maior do que a do menor volume do escritor mais célebre.
Separe uma centena de Watts de e quinhentos melhores hinos de Wesley, não
haverá comparação entre o restante em estilo e mérito poético. Dr. Watts era um
poeta em determinados momentos, e sob inspiração especial; Charles Wesley foi
um poeta por natureza e hábito, e quase sempre escrevi como tal. É claro que os
derrames não são iguais entre si; mas ele criados e seguidos, através de toda a
sua multiplicidade de versos, um padrão que nenhum outro escritor do hino, até
seu tempo, foi capaz de se aproximar, e que, desde então, nenhum superou
"(ibid.)." Nenhum outro poeta sagrado tem tentou um tal ' variedade
de matéria; ' e sua musa versátil lida com todos esses tópicos variadas com
inigualável, quase com invariável, facilidade e graça ... Não existem hinos do
mundo de tal ' devoção espontânea; ' nenhum tão arrogantemente espiritual;
nenhum tão inconfundivelmente real e intensamente sério, como o mais conhecido
e mais amplamente utilizada de Wesley. É o maior elogio dos poucos hinos mais
nobres de Watts e Cowper que atingem uma altitude em que o poeta Metodista
geralmente sentou-se e expressar um estado mental que era habitual com ele
"(p. 140)." Nenhum escritor hino é mais intelectual; nenhum coloca
mais doutrina, pensamento, pabulum mentais sólida em seus poemas. E,
certamente, nenhuma é mais despertar e edificante; alguns outros, na verdade,
se aproximar dele na seriedade moral nativa, força, fogo; e nenhum possui uma
maior, mais puro, mais consistente, uniforme, ea espiritualidade positiva
"(p. 311)." Como poeta polêmico Charles Wesley nunca foi igualado ...
Os poemas mais poderosos,
combativos, e controversos que já vimos apareceram em Hinos em amor eterno de
Deus, publicado em 1741, e muito ampliado em 1756 "(p. 288-289). Bird dá
um bom resumo destes polêmicas rimando . "Os Hinos funeral de Charles
Wesley são, talvez, as peças mais nobres" de seu gênio "(ver mais
adiante, p. 298 sq.). "Doddridge e Steele são reproduções de Dr. Watts.
Montgomery, um poeta professada e ao longo da vida diluída, é inferior ao
Wesley em todas as qualidades acima mencionadas, e em nenhum aspecto acima dele
na propriedade, harmonia e graça do estilo. Heber , o mais elegante e melífluo
dos poetas sagrados, não é mais polido e fluente do que seu antecessor
Metodista, nem ele tem alguma coisa de seu modo vali-, força e fogo Cowper é o
maior nome nos livros de hinos;. mas melhores poemas de Cowper , que são muito
poucos, mas são iguais, não superior, à de Wesley melhor, que são muitos
Toplady se aproxima mais de perto o poeta Metodista, mas Toplady emprestado sua
inspiração de Wesley e reproduziu seu estilo;., e é maior elogio do calvinista
que suas melhores peças são indistinguíveis dos de seu vizinho arminiano Não há
outros nomes em British poesia lírica sagrada pode ser mencionado com o de
Charles Wesley E quando é lembrado que todos estes contavam os poemas de
dezenas ou centenas, enquanto ele por milhares de pessoas..; e que os seus
milhares estavam no poder, na elegância, no valor devocional e literária, acima
do seu poucos, vamos chamá-lo de ainda mais confiança grande entre poetas e
príncipe de hymnists English "(p. 318). Esta grande elogio vem de alguém que
não Metodista tem por estudo de longo e paciente ganhou para si um lugar entre
as poucas autoridades do hymnology de Wesley.
É desnecessário mencionar hinos
individuais de superação excelência. Vários foram já referidos na arte.
Hymnology. Basta aqui para chamar a atenção para apenas três:
(A). O poema em "Wrestling
Jacob" foi arrebatado todos os leitores. Quem não sentiu o poder dessa
obra-prima? "Com a arte consumada ele exerce sobre a ação de um drama
lírico; cada volta no conflito com o misterioso ser, contra quem ele luta
durante toda a noite, sendo marcado com precisão pela linguagem variando do
orador, acompanhado de crescente interesse intenso, até o momento arrebatador
da descoberta, quando ele prevalece e exclama: " Conheço-te, Salvador,
quem és '"(Montgomery, Christian salmista [1828]).
(B). "Jesus, amante da minha
alma" é a essência de um milhar de hinos e orações. Homenagens inumeráveis
pode ser estabelecidas aqui. Mas quem são estes? O coração do mundo é trazido
para perto de Deus.
(. C) "Stand decreto
onipotente", "a melhor letra no idioma Inglês", diz Southey:
III. Literatura. - Podemos
classificar este por conveniência, sob as cabeças separadas.
1. próprias obras poéticas de
Charles Wesley (publicado durante a sua vida) podem ser enumerados da seguinte
forma, em forma de tabela (que incluem alguns escritos em prosa):
Data de Publ.
Título
N º de Hinos
1739
Hinos e Poemas Sagrados
139
1740
Hinos e Poemas Sagrados
96
1741
Hinos do amor eterno de Deus
38
1743
Hinos e Poemas Sagrados
155
1744
Hinos para momentos de
dificuldade e perseguição
33
1744
Hinos para a Natividade de Nosso
Senhor
18
1744
Hinos para Watch-noite
11
1744
Hinos Funeral
16
1745
Hinos para momentos de
dificuldade para o Ano 1745
15
1745
A ideia curta as diferenças entre
os Irmãos Morávios
1745
Hinos para a Ceia do Senhor
166
1746
Hinos para momentos de
dificuldade
6
1746
Gloria Patri, etc Hinos à
Trindade
9
1746
Hinos sobre Grandes Festivais
(com música de Lampe)
24
1746
Hinos de petição e de Ação de
Graças para a promessa do Pai (Whitsunday)
32
1746
Hinos para o dia da Ascensão
7
1746
Hinos para a nossa ressurreição
do Senhor
16
1746
Graças antes e depois Carne
26
1746
Hinos de Ação de Graças Público (09
de outubro de 1746)
7
1747
Hinos para aqueles que buscam e
aqueles que têm redenção no sangue de Jesus Cristo
52
1748
Hinos em seu casamento
17
1749
Hinos e Poemas Sagrados
455
1750
Hinos para o dia de New-ano
(1751)
7
1750
Hinos ocasionada pelo terremoto
(Marcos 8)
19
1753
Hinos e cânticos espirituais
116
1755
Uma Epístola aos Rev. John Wesley
(churchly e fraternal [ver Jackson, Vida de Charles Wesley, NY ed., P. 50)
1755
Uma Epístola aos Rev. George
Whitefield (fraternal [ibid. P. 518])
1756
Hinos ocasionada pelo terremoto
(2. Ed.).
22
1756
Hinos para o Ano 1756 (em
especial para o dia de jejum, 06 de fevereiro)
17
1758
Hinos de intercessão por toda a
humanidade
40
1758
Hinos para o Uso de metodistas
Preachers
10
1759
Hinos Funeral (ampliada)
43
1759
Hinos sobre a invasão Esperado
8
1759
Hinos de Ação de Graças-dia (29
de novembro)
15
1761
Hinos para aqueles a quem Cristo
é tudo em todos
134
1761
Selecione Hinos com Tunes Anexado
132
1762
Hinos curtas sobre determinadas
passagens da Sagrada Escritura (2 vols.)
2030
1763
Hinos para Crianças
100
1765
Hinos sobre os Evangelhos (à
esquerda na MS).
1767
Hinos para o Uso das Famílias em
várias ocasiões
188
1767
Hinos sobre a Trindade
182
1772
Preparação para a Morte
49
1780
Hinos escrito no tempo de
Tumultos (junho de 1780)
13
1782
Hinos para a nação e para o dia
de jejum, 08 de fevereiro de 1782
32
1785
Orações para malfeitores
condenados (em verso)
10
2. Poemas coletiva. - Uma coleção
de poemas de John e Charles Wesley (.... WESL Conf Escritório, Lond 1868-1872,
13 vols 8vo), reproduzido a partir dos originais com as últimas correções dos
autores, coletadas e organizadas por G. Osborne, DD; Charles Wesley atividade
em seu Finer e Poemas menos familiares (N. 1867, 24mo), editado com notas de
Frederic I. pássaro; Wesley [Chas.], A Versão Poética dos Salmos (Lond. 1.854,
8vo), editado, com uma introdução, por Henry Peixe, AM
.
VIII - O FIM DA CARREIRA:
Carlos Wesley
conservou-se no trabalho até o fim da sua carreira. O que tinha caracterizado
nos outros lugares caracterizou-o na grande metrópole de Londres. Ele tinha
muito interesse pelos presos e pelos pobres. Constantemente visitava os presos,
especialmente os condenados à pena de morte. Não somente conversava com eles e
pregava para eles, mas também escrevia hinos apropriados para eles cantarem.
A última publicação que
fez foi uma coleção de hinos para os presos. Muitos entre os presos se
converteram a Cristo e morreram na fé como o "bom ladrão" (o ladrão
que se arrependeu diante de Jesus) que morreu na cruz.
A velhice estava se
aproximando e seu fim estava perto. Muitos dos seus amigos mais íntimos
passaram para o além; entre eles, o Rev. João Fletcher, o Sr. Carlos Perronet,
o Rev. Henrique Piers e o Sr. Blackwell. Ele não tinha medo de morrer; somente
orava para que tivesse morte suave. Os que o assistiram durante os últimos dias
da sua enfermidade, testemunharam acerca de sua paciência e resignação cristã
na presença do último inimigo do homem - a morte.
Um dos pregadores, o Rev.
Samuel Bradburn, que esteve com ele até o fim, diz: "Ele não tinha outro
incômodo senão a velhice. Quase não sentia dor alguma. Sua mente estava tão
calma como o cair da noite de verão. Constantemente repetia: "Eu sou
somente um pecador salvo pela graça de Deus meu Salvador".
Poucos dias antes de
falecer escreveu o seu último hino. Não podendo escrever, ditou e sua esposa
escreveu as seguintes linhas:
"In
age anda feebleness extreme
Who
shall a sinful worn redeem?
Jesus,
my only hope Thou art,
Strength
of my failing flesh and heart;
O
could I catch a smile from Thee,
And drop into
eternity".
"Em idade e fraqueza
a cair,
Quem pode um pecador
redimir?
Jesus, só tu podes me
salvar,
Vem meu corpo e alma
renovar;
Quero o teu rosto calmo
ver
Antes de eu entrar no
porvir".
Carlos Wesley faleceu no
dia 29 de Março de 1788 e poucos minutos antes de morrer, com sua mão na mão de
sua filha, disse: "- Senhor - meu coração - meu Deus!", e ainda com a
mão entre as de sua filha expirou tão sossegado e calmamente que não souberam quando
sua alma deixara o corpo. Caiu no sono do descanso, esperando o dia da
ressurreição.
Foi enterrado no
cemitério de Marylebone, que pertencia à Igreja da qual era pastor.
Hoje pode-se ver um
monumento erguido sobre seu túmulo nesse cemitério, na cidade de Londres. - See
more at:
http://www.metodista.org.br/a-vida-de-carlos-wesley-o-poeta-do-metodismo-1707-1788
FONTE OS FUNDADORES DO METODISMO 1929,
www.metodismo.org.br
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